"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A INFLUÊNCIA DO PRESIDENTE NESTA ELEIÇÃO


A candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, terá 50% do tempo de propaganda na TV a mais que o candidato tucano José Serra, segundo o jornal “Folha de S. Paulo”.

A diferença se deve ao número de coligações do PT, apoiado por nove partidos (PT, PMDB, PDT, PR, PSB, PC do B, PSC, PRB e PTC) contra seis que embarcaram na candidatura do tucano (PSDB, DEM, PPS, PTB, PMN e PT do B).

Após desistir de apoiar Serra, o PTC fez com que a petista ganhasse 19 segundos. No total, Dilma terá 10min26s dos 25 minutos totais de propaganda de cada bloco. O tempo representa 42% do total e é 47% superior ao que terá Serra. Essa é a primeira vez que o PT terá a predominância na propaganda televisiva.

As coligações de Serra deram ao tucano 7min07s, o que representa 28,5% do total. Isolada, Marina Silva (PV) terá 1min13s, 5%.

A projeção foi publicada nesta sexta-feira pelo jornal, mas a divisão do tempo ainda deve ser confirmada pela Justiça Eleitoral neste mês. A legislação libera a propaganda eleitoral na TV a partir 17 de agosto.


Redator: Martina Cavalcanti
eBand Jornalismo


10min26s

é o tempo que a petista terá para propaganda televisiva


ANALISTAS PREVÊEM VITÓRIA DE DILMA NO PRIMEIRO TURNO

Paraodiretor do Eurasia Group para a América Latina, Christopher Garman, e o professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Carlos Melo, alguns fatores, como o crescimento do País, que deve chegar a 7,3% neste ano, segundo o Banco Central (BC), e o início da campanha na TV, devem consolidar a dianteira de Dilma e a levar a vencer no primeiro turno com uma margem de cinco a dez pontos porcentuais de vantagem sobre Serra.Garman e Melo ponderam que em junho a exposição no programa eleitoral do PSDB e a inserção em comerciais de partidos aliados deveriam ter levado José Serra a registrar uma vantagem expressiva sobre Dilma Rousseff, o que não ocorreu. "A coordenação da campanha de Serra gostaria de ter visto a abertura de seis a oito pontos porcentuais de dianteira sobre Dilma. Mas, como isso não aconteceu e Dilma assumiu a primeira posição nas pesquisas realizadas pelo Ibope e Vox Populi, surgiu uma frustração na candidatura do tucano", disse o diretor do Eurasia Group. Os levantamentos realizados pelo Ibope e Vox Populi em junho apontaram que a candidata do PT atingiu 40% e Serra 35%.Na avaliação de Melo, ocorreram vários erros na campanha de José Serra no mês passado que deram condições para que Dilma o ultrapassasse em duas pesquisas quando isso ainda não estava previsto. A primeira delas foi o PSDB ter criado a grande expectativa de que o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves poderia ser o vice de Serra e uma espécie de "Messias" que traria a vitória. "Como isso não ocorreu, qualquer candidato a vice que não fosse ele seria o anticlímax, uma decepção", disse. Daí, destaca o professor do Insper, o senador Alvaro Dias foi o escolhido, o que abriu uma crise na parceria política entre o DEM e o PSDB. "Os Democratas aproveitaram que Serra não estava tão bem junto ao eleitorado e foram firmes na indicação do vice", disse. "O fato é que esta questão da escolha do companheiro de chapa causou uma lambança tão grande que só prejudicou a candidatura, num momento em que a campanha deveria estar azeitada e funcionando direito." Ambos os cientistas políticos acreditam que o intenso apoio do governo na campanha petista e a propensão do eleitorado de querer a continuidade das boas condições da economia tendem a garantir uma vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra nos próximos três meses, desde que não ocorram fatos extraordinários. Melo e Garman não acreditam que a eleição será decidida no primeiro turno, pois avaliam que a disputa continuará acirrada. Para o professor do Insper, a candidata do PT deve atingir no dia 3 de outubro cerca de 40% dos votos, enquanto Serra deve chegar ao redor de 35%. Na avaliação do diretor do Eurasia Group, o candidato tucano deve chegar aos 35%, enquanto Dilma deve alcançar uma marca ao redor de 45%. Os especialistas destacam a influência do desempenho da economia sobre as perspectivas eleitorais mais favoráveis para Dilma do que para Serra. Segundo Garman, um estudo recente feito pelo Eurasia Group com a Ipsos Public Affairs mostrou que, na análise de 102 pleitos envolvendo eleições para presidente em diversos países e para governador em Estados nos EUA, em 87% dos casos os administradores que estavam no poder conseguiram fazer seus sucessores quando o Produto Interno Bruto (PIB) apresentava uma boa evolução e o otimismo da população com seu futuro estava em alta. Melo ressalta ainda que a campanha tucana não conseguiu até agora mostrar aos eleitores que é a melhor opção para tornar a expansão do País sustentável no longo prazo, elevar os investimentos em infraestrutura e melhorar o nível de escolaridade, saúde e segurança pública. "Essas são as grandes questões que importam para o povo e que não estão sendo abordadas pela candidatura do PSDB", afirmou. Estadão.


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