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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Protocolos de vacinação contra a febre amarela podem ser alterados pela Fiocruz

Estudos realizados pela Fundação, investigam vários aspectos da vacina. Um deles a duração da imunidade em crianças





FOTO PETER ILICIEV
Produção da vacina contra febre amarela no laboratório da fiocruz
Produção da vacina contra febre amarela no laboratório da fiocruz

Pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que a imunização contra a febre amarela deve ganhar novos parâmentro em alguns anos e a obrigação de revacinação a cada dez anos pode ser ultrapassada. Os estudos investigam aspectos que, se forem corfirmados, modificarão os protocolos de vacinação.

A primeira delas, chamada " Duração da imunidade antiamarílica em crianças vacinadas de 9 a 12 meses" , estuda as diferenças entre a imunidade infantil e aquela adquirida por adultos. A segunda analisa se o uso de uma quantidade menor de vírus no medicamento tem o mesmo efeito da dose ministrada atualmente. Já a última pesquisa avalia a possibilidade de o período de imunização em adultos ser, na verdade, maior que o de 10 anos preconizado até hoje.

O Centro de pesquisas René Rachou, da Fiocruz/Minas, investiga a duração da imunidade em crianças. Os estudos começaram em em meados de 2010 e devem ser concluídos em março. Os pesquisadores estão coletando sangue de crianças não vacinadas, vacinadas há um mês e há dois, quatro, sete e 10 anos. Além de verificar se a proteção tem duração superior ou equivalente a 10 anos, os pesquisadores investigam se depois de uma década ainda há memória imunológica semelhante àquela existente no período de 30 dias pós-vacinação. O coordenador do grupo de pesquisas em Biomarcadores do CPqRR, Olindo Assis Martins Filho, acredita numa pequena perda, mas suficiente ainda para garantir a proteção.

A expansão da febre amarela no país nos últimos 16 anos, que deixou zonas consideradas livres cada vez mais vulneráveis foi fator fundamental para que a Fundação lançasse essas pesquisas.

Os estudos da Fiocruz foram motivados pela expansão da febre amarela no país nos últimos 16 anos, que deixou zonas consideradas livres cada vez mais vulneráveis. Em 2000, o Ministério da Saúde mudou a política de vacinação, até então destinada apenas a adultos moradores de zonas endêmicas ou de transição, ou ainda a quem viajava para essas áreas, depois da observação, principalmente em Minas Gerais, de casos da doença em áreas urbanas, contraída nos lugares de perigo. Por causa do surto, o calendário de imunização foi alterado e foram incluídas as crianças com idade entre nove e 12 meses, moradoras de regiões endêmicas e de transição.

A produção e distribuição da vacina para toda a América Latina, a África e as reservas estratégicas da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de responsabilidade do . " Se conseguirmos provar que o período de cobertura é maior, poderemos otimizar a produção e diminuir os custos" , afirma o coordenador.

Pesquisadores tambem estudam o padrão de resposta, que verifica se os adultos adquirem o mesmo patamar de imunidade quando recebem uma dose menor da vacina. Nesse caso, o volume do medicamento é o mesmo. O que diminui é a quantidade de vírus em cada porção. Os pesquisadores estão testando 246 unidades formadoras de placas (PFU) por dose, número 200 vezes inferior à quantidade aplicada atualmente, de 60 mil PFU. Os testes estão sendo feitos em militares do Rio de Janeiro. Os estudos contam com apoio do René Rachou, do Instituto Bio-Manguinhos, do Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e do Exército.

Aprovada pelo Ministério da Saúde, a pesquisa da duração da imunidade em adultos deve começar em abril, para ser concluída num prazo de um ano. Está à frente a Diretoria Regional da Fiocruz de Brasília (Direb), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), o CPqRR, o Bio-Manguinhos e a Aeronáutica (os paraquedistas serão voluntários). S

Serão avaliadas pessoas vacinadas há uma década e há mais de uma década para medir os impactos e os benefícios da revacinação. " Se forem comprovadas as vantagens dela, o estudo dará suporte para a imunização a cada 10 anos. Se não constatar melhorias, veremos se não é preciso vacinar novamente ou se um número reduzido da dose seria suficiente" , acrescenta.

ISaúde.net

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