"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

domingo, 11 de julho de 2010

ECONOMIA

BRASIL E A CRISE INTERNACIONAL

Em 2009 o PIB (produto interno bruto) de todo planeta era de US$ 54,6 trilhões e a divida dos 30 países mais industrializados somava US$ 43,0 trilhões. Ou seja, 78% de tudo que se produzia no planeta;

Desde 2007 até hoje houve um aumento de 7 vezes no déficit das nações pelo repasse de amplos recursos públicos, em grande parte, ao Sistema Financeiro Privado;

Os membros do Mercado Comum Europeu tiveram seus limites financeiros fixados pelo Tratado de Maastricht para que as dividas públicas não ultrapassassem 60% de seus respectivos PIBs. E seus déficits não ultrapassassem a 3% do PIBs.


DIVIDAS DE PAÍSES EUROPEUS – 2009/2010
PAÍS
DIVIDA PUBLICA EM
RELAÇÃO AO PIB
DEFICIT PUBLICO
IRLANDA
64,0%
14,3%
PORTUGAL
78,8%
9,4%
GRÉCIA
115,1%
13,6%
ESPANHA
53,2%
11,2%
ITÁLIA
115,8%
5,3%
REINO UNIDO
68,1%
12,8%
FRANÇA
77,6%
8,4%
ALEMANHA
76,7% *
5,6%
*Última atualização (maio de 2010)

O Vice-Presidente do Banco Central Europeu (BCE). Lucas Papademos declarou: "Estamos passando no momento por uma segunda onda de baixas contábeis relacionadas ao desempenho dos empréstimos”. Para a autoridade monetária, as perdas são decorrentes da pressão negativa dos mercados e maior controle da alavancagem. O prejuízo estimado em 2010 e de 90 bilhões de euros (R$ 203 bilhões) e em 2011 e de 105 bilhões de euros (R$ 234 bilhões).

No ano de 2009, a divida publica do Brasil corresponde a 43% do PIB brasileiro, e a dos EUA corresponde a 94% do PIB americano. A divida publica do Japão correspondia a 227% do PIB japonês;

O déficit do Brasil previsto é de 1,5% do PIB nacional, o dos EUA é de 11,0% e do Japão 7,9%.
O déficit brasileiro é o menor dos membros do G-20;
PAÍS
DIVIDA PUBLICA EM
RELAÇÃO AO PIB
DEFICIT PUBLICO
USA
94,0%
11,0%
JAPÃO
227,0%
7,9%
BRASIL
43,0%
1,5%

Déficit Publico – Excesso das despesas sobre receitas. O ideal e o déficit seja igual à zero ou que sua receita seja maior que a despesa. No déficit estão inclusos os efeitos da correção monetária, juros e variação cambial (nas receitas e despesas).

Divida Publica - Conjunto de dividas que um Estado Nacional mantém com particulares ou outros Estados.
A expressão monetária (expresso em moeda do pais) da Divida Publica não e importante por si só para a analise da economia de um pais se não tiver relacionamento com outra variável o PIB. A relação da Divida Publica e o PIB e um indicador econômico que permite uma analise mais profunda da situação de um Estado. Evidente que podemos acrescentar outros indicadores econômicos como nível de vida, nível de emprego, qualificação profissional, saúde, meio ambiente, reservas cambiais, etc.
No Mercado Comum Europeu o limite desejado, de acordo com o Tratado de Maastricht, e de que nenhum pais membro do MCE tenha uma divida publica superior a 60% do PIB. Raros são os países europeus que alcançam este índice.

A divida brasileira hoje se encontra em movimento decrescente tendo atingido menos de 43% em relação ao PIB. Em 2003 era de 52% do PIB. O Brasil se destaca e apresenta altos índices de confiabilidade internacionais graça aos seus indicadores econômicos.

A mídia televisa escrita e radiofônica, tem sido leviana em seus comentários e analises. Ela aborda somente o "quantum" da divida sem acrescentar qualquer outra variável econômica.
Importante é colocar para a população a incidência de juros (Selic) que limita a capacidade investimentos do governo e acelera o crescimento nominal da dívida interna.


A Divida Externa - iniciada em 1824, durante 182 anos, condicionou a atuação das autoridades financeiras nacionais aos interesses de nossos credores externos.

A libertação da nação desta divida só se deu na medida em que nossas reservas em moeda estrangeira superaram os débitos que tínhamos com os credores externos.

Em 1998 quando da crise cambial (real com valor fixo em relação ao dólar) o FMI foi solicitado por 3 vezes a socorrer o país. A primeira vez com o empréstimo com o de US$ 43,5 bilhões de dólares ( Agosto de 1998) e a segunda e a terceira respectivamente de US 15 bilhões (Agosto de 2001) e US$ 30 bilhões ( Agosto de 2002), totalizando US$ 86,5 bilhões. Na gestão posterior (2003/2010) estes débitos foram totalmente pagos. O Brasil passou, com recursos próprios que alocou no FMI, de devedor para credor da instituição.

O Brasil, enquanto devedor foi solicitado e assinou o Tratado da Não Proliferação Nuclear em Dezembro de 1998.

Em Maio de 2010 as autoridades financeiras do Brasil declaram que seu nível de reservas cambiais chegara a US$ 250 bilhões.

Em termos de credito e debito externo a situação do Brasil é muito boa. Não se aplica mais ao país a expressão pejorativa usada no passado: “o rabo abana o cachorro!".

O que ocasionou esta situação privilegiada do Brasil num quadro internacional de crise.
A economia brasileira nos últimos 50 anos esteve, fundamentalmente, ligada ao mercado interno. As exportações representaram em 2008, 13,8% do PIB e, em 2009, 11,3% do PIB.
A criação de 11 milhões de novos empregos; o ingresso de 22 milhões de pessoas que mudaram de classe social (D para C) e passaram a consumir mais produtos; os aumentos reais do salário mínimo (mais que o dobro da cesta básica); fontes de financiamento para consumo e investimentos com juros reduzidos e de fácil acesso BNDES, BB, Caixa Econômica); garantia de mercado ao pequeno produtor rural; intervenção do Estado na economia; desempenho lucrativo e expansionista das empresas estatais; etc; ocasionaram um impulso muito grande ao mercado interno diminuindo consideravelmente as influências externas em nossa economia.
Não poderíamos deixar especialmente de destacar os dividendos pagos pelas estatais ao Tesouro Nacional. Elas pagaram no ano de 2009 a importância de R$ 26,0 bilhões, além dos impostos inerentes a sua atuação no mercado. Este valor equivale a 2 anos de bolsas-famílias, e é superior ao valor do Imposto de Importação mais o Imposto do Cide-Combustível -.
Houve em ocasiões anteriores (1991/2002) a privatização de varias estatais (CSN, Telebrás, Vale do Rio Doce, Bancos Estaduais, Companhias de Energia Elétrica, Estradas de Ferro, etc, etc, etc). Este processo foi interrompido em 2003.
O que fica provado com dados concretos é que as empresas privadas ou públicas tem sucesso ou vão à falência em função da atuação dos seus gestores eleitos ou nomeados. Se a pessoa que assumir a gestão for incompetente ou desonesta a empresa fica insolvente ou vai à falência. Basta ir a qualquer Tribunal de Justiça e verificar. No caso da pública quem nomeia ou demite os gestores, são o Presidente, Governadores e Prefeitos sendo responsáveis perante o contribuinte pela privatização (insolvência ou (pré) falência alegada).

Eduardo Chuahy



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