Pintores, eletricistas e pedreiros fazem os últimos ajustes para concluir o Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana. As obras de acabamento estão em ritmo intenso com os cerca de 420 trabalhadores da construção civil atuando dia e noite para entregar a unidade à população no prazo determinado. Nesta sexta-feira (16), o secretário estadual da Saúde Jorge Solla conferiu de perto as instalações que vão abrigar leitos, centro cirúrgico, emergência, alas das brinquedotecas e salas de Recuperação Pós Anestésico (RPA). A expectativa é que o hospital entre em funcionamento no final do mês de agosto próximo e a previsão é que sejam feitas, no primeiro ano de funcionamento, 8.172 internações, 24.300 cirurgias e 48 mil consultas. A partir da próxima segunda-feira (20), serão instalados os equipamentos hospitalares das salas de cirurgia, dos ambulatórios, UTI´s, Unidades Semi-intensiva e clínicas. Haverá também a montagem do almoxarifado, farmácia, lactario, refeitórios e cozinha. De acordo com o engenheiro fiscal da obra, Carlos Cesar Pires, a parte física será entregue no final deste mês, o mesmo acontecendo com a instalação dos hospitalares, uma vez que alguns deles já vem sendo colocados ao longo da obra.
Mais espaço e atendimento de referência
Primeira unidade hospitalar pública especializada em pediatria no estado, o Hospital Estadual da Criança de Feira de Santana vai ampliar a oferta de leitos em alta complexidade. A unidade contará com equipamentos modernos e vai ser capaz de realizar procedimentos e exames diagnósticos como endoscopia, tomografia computadorizada, ultrassonografia, radiografia, dentre outros. A partir do inicio da operação da unidade, a demanda do Hospital Geral Cleriston Andrade (HGCA) será desafogada. Atualmente, apenas na ala pediátrica são atendidas 435 crianças todo mês, onde são disponibilizados 61 leitos, entre UTI´s, clinicas e neonatal. A diretora-médica do Cleriston Andrade, Inalva Sapucaia, explica que o Hospital da Criança, além de oferecer um atendimento qualificado às crianças baianas vai possibilitar ao Clériston Andrade, mais espaço para outros tipos de atendimento. “Deixamos de estar com o contingente infantil, porém ganhamos mais leitos para ampliar o serviço a outras especialidades. Na verdade, todos ganham, principalmente as crianças que, agora, contarão com um atendimento de referência e espaços mais amplos”, disse. De acordo com informações da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), com a abertura da unidade, a expectativa é que sejam gerados cerca de 700 empregos diretos, ainda no primeiro ano. Para o segundo ano, quando o HEC estiver funcionando com sua capacidade máxima, a estimativa é que se superem os mil empregos diretos, fomentando significativamente a economia da região de Feira de Santana. A dona-de-casa Selma de Sousa, 30 anos, mãe de três filhos, disse está bastante ansiosa para que o hospital seja logo inaugurado, porque um de seus filhos é portador da anemia falciforme, precisa sempre ser medicado e muitas vezes internado. Ela explica que quando o menino sente dores muito fortes é necessário deslocá-lo para hospitais da capital baiana. “Neste hospital que estão fazendo para as crianças, haverá mais equipamentos, mais médicos e meu filho será melhor atendido. Não vamos precisar ir para Salvador. Por causa deste problema que ele tem, vivemos mais em hospital do que em casa. Por isso, não vejo a hora do Hospital da Criança começar a funcionar”, disse Selma
Maior unidade pública pediátrica do Norte e Nordeste
O secretário da Saúde Jorge Solla informou que o Hospital Estadual da Criança é a maior unidade pública pediátrica do Norte e Nordeste de alta complexidade. Ele lembra que o hospital foi construído em Feira de Santana porque o município é um eixo rodoviário, o que facilita o acesso da maior parte da população baiana. Com investimento total de R$ 52 milhões (sendo R$ 38 milhões para obra e R$ 14 milhões para equipamentos), o Hospital da Criança contará com 280 leitos, sendo 40 de UTI e 30 semi-UTIs, distribuídos em especialidades pediátricas de média e alta complexidade. Serão contempladas as áreas de traumato-ortopedia, pneumologia, nefrologia, oncologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, queimados, cardiologia, cirurgia geral, clínica pediátrica, UTI pediátrica geral e cardiológica, unidade semi-intensiva pediátrica e de atendimento às urgências e emergências clínicas, cirúrgicas e traumato-ortopédicas. O investimento da Sesab na remuneração da administradora do hospital será de R$ 83,5 milhões em dois anos. A nova unidade será a primeira do interior a contar com heliporto, facilitando o acesso e a transferência de pacientes quando houver necessidade. O hospital terá também setor de imagem, laboratório, sala de imunização, setor de nutrição e dietética, central de material esterilizado e apoio logístico. Está previsto ainda que o HEC terá importante papel para a formação de profissionais da região, uma vez que atuará com destaque na área de ensino e pesquisa em Saúde. O Hospital da Criança está localizado em uma área de cerca de 39,2 mil metros quadrados na Avenida Contorno, ao lado do Hospital Clériston Andrade, às margens da BR-116. A construção, que teve início em janeiro de 2009, ocupa cerca de 16,2 mil metros quadrados. O prédio tem oito andares e conta com cinco elevadores. Pensando na preservação ambiental e na redução de custos foi implantado no hospital um sistema de aquecimento solar de água.AGECOM.
Visto de qualquer ângulo, trata-se de uma obra maiúscula. Estou torcendo que o seu gigantismo não o prejudique.O SUS de média complexidade está levando os EAS conveniados à insolvência pois a tabela paga pelo Ministério da Saúde é um desastre em termos de valores. Só as empresas, Públicas ou Privadas, que tem Alta Complexidade(valores elevados e de alta margem de lucro), conseguem sobreviver no mercado de saúde.Não existe crise no privilegiado mercado da Alta Complexidade.Oftalmologia, Ortopedia(Órteses e Próteses), Hemoderivados e Banco de Sangue, Hemodiálise, não se queixam. A proposta de gestão através de Parceria Público-Privada, pode trazer benefícios à gestão hospitalar pública,considerando-se a vocação inequívoca dos administradores privatistas pela otimização de custos e maximização de lucros.Esta unidade de saúde pode catalisar ,também, uma mais avançada política de remuneração médica, que , certamente, será melhorada tendo em vista a degradante política de honorários médicos praticada na Bahia, excetuando-se o período em que João Durval Carneiro foi Governador. De qualquer sorte, a obra é magnífica. Problemas sempre existirão . Presume-se que um governo democrático estará disposto, sempre, a discutí-los e procurar equacioná-los satisfatoriamente.É preciso estar atento para a criação de uma residência médica em Anestesiologia no Complexo Clériston/Hospital Estadual da Criança, além da necessidade de investimentos nos demais programas de residência, se quisermos dispor de profissionais qualificados em número suficiente para o tamanho do desempenho funcional.Sempre haverá mimos políticos. Não esqueçam, entretanto, a contratação de pessoal com formação em Administração Hospitalar e cursos correlatos, pois uma Unidade gigantesca como esta não pode prescindir de técnicos competentes. Lembrem-se do Governador Waldir Pires: sejam transparentes.
Aguardo ansioso a inauguração. Contudo, o cumprimento da palavra dada, é o suficiente para consolidar o meu voto. Dê graça!
Oldecir Marques
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