blog Tijolaço- o blog do Brizola Neto
Ao contrário de O Globo que disse que o Brasil ia na “contramão do mundo” ao iniciar a exploração do pré-sal após o acidente da BP no Golfo do México, o conservador Financial Times fez ontem uma matéria correta, dizendo que o Brasil encara os riscos da operação e está muito mais preparado que os Estados Unidos para abrir uma nova província petroleira em águas profundas.
Mesmo com sua postura claramente antiestatal, em nenhum momento o Financial Times condena a exploração do pré-sal ou sugere que ela seja entregue às multinacionais do petróleo, e, de forma jornalisticamente responsável, aponta as vantagens brasileiras diante dos riscos.
“As regras brasileiras são geralmente vistas como mais severas que as dos Estados Unidos, onde o Serviço do Gerenciamento dos Minerais enfrentou críticas por permitir a autoregulação da indústria”, aponta o jornal inglês.
O Financial Times diz que o vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no início de 2000, e o afundamento da P-36, em março de 2001, levaram a Petrobras a aprimorar seus procedimentos de segurança. “Ao contrário de muitos de seus pares grandes produtores de petróleo, a Petrobras manteve sua expertise de engenharia e exploração em águas profundas em casa, ao invés de terceirizar isso para outras empresas”, ressalta o jornal econômico, destacando uma diferença essencial da Petrobras para a BP.
“Esses recursos internos são de grande importância para intervenões rápidas em situações de emergência”, destaca Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras, e grande conhecedor do setor de petróleo. Aliás, O Globo não ouviu ninguém da Petrobras em sua matéria que foi manchete de capa, condenando o Brasil por explorar o pré-sal quando EUA e Europa reduzem sua produção.
O Financial Times, por suas posições conservadoras e “pró-mercado”, faz suas ressalvas ao maior controle da Petrobras e da Petrosal sobre o óleo do pré-sal, mas é honesto em sua reportagem, inclusive já tratando de novas medidas anunciadas pela Agência Nacional do Petróleo após o acidente da BP.
O problema que o FT vê, pela ótica das empresas, é a incerteza que ronda a discutida compra pela BP, em março deste ano, por US$ 7 bilhões, de 10 blocos no pré-sal, que pertenciam a Devon Energy. A BP espera que a compra seja aprovada até o fim do ano, mas a ANP está revendo o negócio “com o Golfo do México em mente”.
Está aí uma boa pauta para O Globo acompanhar diante de sua “preocupação com o meio ambiente” após o acidente da BP. Que exigências serão feitas à empresa britânica? Será que ela poderá terceirizar a exploração como fez no Golfo do México? Que medidas de segurança ela passou a adotar após o recente acidente?
São apenas algumas perguntas que o jornal, com os profissionais que tem, poderá desenvolver muito melhor do que eu. A menos que sua preocupação ambiental seja seletiva e só aconteça em relação a petrobras
E a escalada da inflação que ia salvar Serra deu chabu
Desde o início do ano, este modesto blogueiro vinha avisando aqui que as tais “pressões inflacionárias” com que o “mercado” e a grande maioria dos jornalistas e analistas econômicos aterrorizavam o país eram inconsistentes e que visavam um jogo político que forçava, de um lado, a elevação de seus ganhos com a fixação de taxas de juros mais altas pelo Banco Central – o que conseguiram, em parte – e a criação de um clima de insegurança econômica que ajudasse a eleição de Serra.
Contavam, claro, com o que chamam de “componente psicológico da inflação” que é aquele raciocínio simplório de que “já que os preços vão subir eu vou subir meus preços logo”. Esqueceram, porém, que numa economia ativa, onde o poder de compra cresce, aumentando o consumo e criando pressões entre fornecedores e vendedores, essa influência não é tão expressiva quanto num quadro de estagnação. O aquecimento da inflação, como foi demonstrado várias vezes, estava concentrado no setor de alimentos, influenciado por fatores sazonais o menos influenciável pelo “remédio” da alta de juros que propunham.
Os fatos estão confirmando isso. O IPCA-15, uma espécie de prévia da inflação oficial registrou deflaçãode 0,09% em julho, conforme divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho do ano passado, o índice ficou em 0,22%.
Com isso, a variação acumulada nos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,74%, abaixo do registrado nos 12 meses anteriores, 5,06%. Ou seja, contados dois períodos de um ano, a inflação, em lugar de subir, caiu. No ano, a variação acumulada ficou em 3,26%, ainda um pouco acima do mesmo período do ano passado, 2,72%. Mas a tendência é também convergir para uma baixa.
Fica claro, portanto, que crescimento acelerado não é sinônimo de disparada inflacionária. Nem é desculpa para uma política de juros altos e para a volta do pessoal do “Brasil de roda presa”.
DILMA 43% SERRA 37%:Dilma deve aparecer à frente de Serra na Vox…
A pesquisa Vox Populi cuja divulgação está prevista para hoje foi feita entre sábado e ontem com 3 000 entrevistas. Na semana passada, o Vox fez uma pesquisa também com 3 000 pessoas por encomenda do PT. Deu Dilma Rousseff com 43% e José Serra com 37%. Como não houve qualquer fato relevante de lá para cá, a lógica indica um resultado semelhante na pesquisa que ganhará os sites a partir de hoje à noite.
Por Lauro Jardim
Por isso Serra e PSDB/DEM estão tão desesperados? A conferir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário