Curativo médico revolucionário usa nanotecnologia para combater infecções
Pesquisadores estão usando nanotecnologia para desenvolver um método inédito que irá detectar e tratar as feridas
Cientistas da Universidade de Bath e do Frenchay Hospital, no Reino Unido, estão trabalhando em conjunto com as equipes de toda a Europa e Austrália, utilizando a nanotecnologia para desenvolver um novo curativo médico que capaz de detectar e tratar infecções nas feridas.
O curativo vai trabalhar liberando antibióticos a partir de nanocápsulas ativadas pela presença de bactérias causadoras de doenças patogênicas, que serão alvo do tratamento antes da infecção se instalar. Eles também irão mudar de cor quando o antibiótico for liberado, alertando os profissionais de saúde que há infecção na ferida.
Este é um passo importante no tratamento de pacientes queimados, particularmente as crianças, onde as infecções podem levar à síndrome do choque tóxico, uma condição potencialmente fatal.
O projeto Bacteriosafe inclui químicos, biólogos, médicos e engenheiros. Eles não só vão desenvolver o curativo, mas também trabalharão com a indústria em um processo-piloto de pré-escala de produção, para que o novo curativo possa estar disponível no mercado dentro de poucos anos após a conclusão do projeto.
"Sua pele normalmente é o lar de milhares de milhões de bactérias benéficas, que necessitam para permanecer saudável", disse o chefe do projeto, Toby Jenkins. "O curativo só é ativado por bactérias causadoras de doenças, que produzem toxinas que rompem as cápsulas abertas contendo os antibióticos e o corante. Isto significa que os antibióticos são liberados somente quando necessário, o que reduz o risco de evolução de bactérias novas e resistentes aos antibióticos.
"Nós estamos realmente animados com este projeto. Todos os dias vemos crianças seriamente queimadas, que poderiam se beneficiar, imensamente, com esta pesquisa. Muitas pessoas não sabem que uma queimadura por uma xícara de chá, pode se tornar mortal, se infeccionar. Os curativos convencionais precisam ser removidos, se a pele estiver infectada, o que retarda a cura e pode ser angustiante para a criança", disse uma consultora do projeto, Amber Young"Esse curativo avançado irá acelerar o tratamento, porque ele é automaticamente acionado para liberação de antibióticos somente quando a ferida é infectada. Isto significa que o curativo não vai precisar ser removido, aumentando, assim, as chances de cura da ferida sem cicatriz", acrescentou ela. "A mudança de cor atua como um sistema de alerta de que a infecção está presente, o que significa que podemos tratá-la muito mais rápido, reduzindo o trauma para a criança e o tempo em que elas têm de ficar no hospital. O curativo também pode ser usado para outros tipos de feridas, como úlceras ou pelos militares no campo de batalha."
Os pesquisadores já testaram um tecido revestido com as nanocápsulas, que são apenas um milionésimo de um milímetro de tamanho. Já foi demonstrado que eles reagem, especificamente, com as bactérias prejudiciais. Ao longo dos próximos quatro anos, a equipe européia estará trabalhando na integração da tecnologia de mudança de cor com uma limpeza adequada e avaliando os custos e a eficácia para a produção industrial.
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