A ação também pode ser feita contra a candidata do PT. Sandra disse que, pelo que ela leu nos jornais, em tese, houve abuso de poder político e uso da máquina pública. "Isso é absolutamente proibido", afirmou. Esse tipo de ação que Sandra estuda ingressar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se acatada, pode resultar até na cassação da candidatura da pessoa beneficiada pelo uso da máquina do governo.Lula prefere investir na riqueza do pré-sal ao contrário do que O Globo sugere
Desde cedo a manchete de O Globo de hoje estava me incomodando. Mas outros assuntos surgiram ao longo do dia e acabei não a comentando. Só que o presidente Lula foi mais rápido ao classificá-la de vergonhosa, o melhor adjetivo possível. Ao estampar sua principal manchete em duas linhas, escrevendo “Europa reduz exploração de petróleo; Brasil acelera”, o jornal explorou um antagonismo vergonhoso jornalisticamente e patrioticamente.
O jornal afirmou que o Brasil está na “contramão do mundo” ao iniciar a exploração no pré-sal enquanto Europa e Estados Unidos reduzem a produção em águas profundas por conta do acidente da BP no Golfo do México. O que o Globo sugere? Que o Brasil abandone uma riqueza do tamanho do pré-sal como se EUA e Europa não tivessem corrido todos os riscos possíveis para explorá-lo em todos os cantos do mundo? Que os brasileiros fiquem sem todas as possibilidades que o pré-sal oferece em nome de um falso discurso ambiental? Que o país siga o pensamento do vice-Índio, que se declarou contrário à retirada de petróleo abaixo da camada de sal? O que quer verdadeiramente o jornal com este discurso? Entregar a riqueza brasileira?
Honesto seria o jornal chamar atenção para as questões de segurança que envolvem a atividade e ver como o país responde a elas. Ao escrever que “enquanto o mundo aperta o cerco às petroleiras, o Brasil inicia hoje oficialmente a produção de petróleo no pré-sal”, O Globo transmite uma idéia de irresponsabilidade do governo brasileiro, como se nenhuma medida de segurança existisse.
A exploração de petróleo é uma atividade de risco. Acidentes sempre aconteceram e o importante é reduzir cada vez mais o espaço para outros episódios como o da BP, principalmente com a participação do Estado na regulamentação. O que aconteceu no Golfo do México foi em grande parte irresponsabilidade da BP e não um acidente puro e simples. O Brasil deve debater as questões de segurança em torno das atividades no pré-sal mas jamais abdicar delas.
Como observou um dos especialistas ouvidos pelo Globo, provavelmente em nome de um equilíbrio de posições anulado pela manchete manipuladora, a produção de petróleo na Europa é descendente, ao contrário do que ocorre no Brasil. “Portanto, o Brasil não pode entrar nessa onda”, disse de forma corajosa e comprometida com o país Edmar de Almeida, do Instituto de Economia da UFRJ, indo contra a corrente levantada pelo jornal.
Quinta-feira, 15 de julho de 2010 às 15:53



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