"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

domingo, 2 de maio de 2010

UMA NOVA ERA DE PROSPERIDADE


“Entramos numa nova era de prosperidade”
01.05.2010
Num eventual governo Dilma Rousseff, qual seria o papel do Estado na economia?

O mérito do governo Lula foi fortalecer o Estado, abrindo uma nova era de prosperidade para o Brasil. Acreditamos no Estado indutor. O que é isso? É aquele Estado que, no meio da crise, fornece o crédito. Esse fortalecimento estatal foi uma mudança conturbada, pois pegamos o país em situação precária. Vale a imagem: trocamos o pneu com o carro em movimento. Fizemos um duro ajuste e agora temos condições de recompor o planejamento do país. O Estado indutor precisa assegurar as condições para que o crescimento ocorra. Mas note que o Estado não precisa necessariamente produzir nem construir ferrovias ou hidrelétricas. Ele tem de dialogar com o setor privado. Ressalto que há, agora, uma vantagem que não tínhamos antes: dinheiro. No passado, o Estado estava quebrado. Hoje não. Colocar a questão do investimento na ordem do dia não é retórica. É assegurar crédito, planejamento e projetos.

Mas o Estado vai ter dinheiro para tudo o que precisa ser feito no Brasil?

Não. Podemos fazer algumas coisas, mas não dá para financiar todo o investimento de longo prazo. Vamos precisar tanto do mercado de capitais quanto dos bancos privados nacionais e internacionais. Precisamos criar as condições para que o capital estrangeiro venha. Nosso mercado já é muito atraente, pois temos oportunidades de projetos novos. E respeitamos contratos. Outro dia me perguntaram, se somos contrários à privatização, por que não retomamos as estatais vendidas no passado. Por um motivo simples: respeitamos os contratos. Se o governo passado fez, nós respeitamos.

A senhora reestatizaria a Vale ou o sistema Telebrás?

Não. Mas acho gravíssimo pretender privatizar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica ou transformar o BNDES em agente de privatização do patrimônio público. Também sou contra pegar a Petrobras e dividi-la em nacos para vendê-la. Já quanto à privatização das teles, não vejo problema algum. Não acho a telefonia grande coisa hoje. No caso das empresas de minério, é preciso um marco regulatório. Sem isso, os negócios ficam um pouco soltos.

Se a senhora for eleita, quais serão suas prioridades em termos de reformas?

São duas: a política e a tributária. Precisamos aperfeiçoar as instituições do país, e a reforma política é fundamental. No front econômico, a tributária é a reforma das reformas. Mas é também a mais difícil de passar, em função da questão federativa. A reforma tributária somente será aprovada se houver algumas compensações para os estados.

Seria uma reforma ampla ou pequenas mudanças que desonerassem a economia?

O bom seria que a gente pudesse fazer uma reforma com R e T maiúsculos. Mas antes é de bom tom negociar com os governadores eleitos. O fundamental é acabarmos com os tributos em cascata. Precisamos de um sistema tributário mais simples e transparente. Veja a questão da desoneração da folha de pagamentos. É uma distorção desprezar quem emprega mais. Pretendo encampar a reforma no primeiro ano de mandato.

A senhora faria uma reforma trabalhista?

Não precisamos flexibilizar a legislação do trabalho. Isso leva à redução de direitos e à redução de salário. E não acho que temos problema de excesso de greves ou de direitos. Vale, lembrar também que os operários brasileiros tiveram um comportamento irrepreensível diante da crise. Quando eles se queixaram de que as demissões eram desnecessárias, estavam cobertos de razão.Tanto que os empresários tiveram de correr para readmitir muita gente.

E a reforma previdenciária?

Na Previdência demos uma demonstração de que a questão está superada. É como o presidente Lula sempre fala: a Previdência está quase equilibrada. Temos um deficitizinho, mas que é devido à política social, especialmente a aposentadoria rural. Quando a economia cresce e se contratam mais trabalhadores, como consequência também cai o déficit previdenciário. Que papel o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci teria no seu governo? Posso falar do papel dele na minha campanha, como um dos coordenadores. Mas não mais do que isso, até porque ainda estamos em pré-campanha. O que posso dizer é que não o escolhi para a campanha sem motivos. É um dos grandes quadros políticos do PT e do governo.

O que pretende ver feito após quatro anos de um eventual mandato?

Eu vou repetir o mantra: quero dar mais um passo na nova era de prosperidade que se abre para o país. O Brasil cresce mais e as pessoas também. A mobilidade social voltou. Mobilidade é fazer com que as pessoas das classes D e E passem para a C. E fazer com que a classe C enriqueça. E isso faz de nós um grande país de consumidores. É inconcebível que, no capitalismo, um cidadão não seja consumidor.
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FONTE: REVISTA EXAME/Dilma na web.com

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