Estudo não encontrou associações entre a quantidade de gorduras saturadas consumidas e o risco de doenças cardiovasculares
Carboidratos processados podem agredir mais o coração do que as gorduras saturadas
Artigo publicado na Scientific American informa que uma meta-análise de vários estudos demonstrou que carboidratos processados, quando consumidos no lugar das gorduras saturadas, podem oferecer mais riscos de obesidade, diabetes e de doenças cardíacas, do que a própria ingestão de gorduras saturadas. De acordo com o American Journal of Clinical Nutrition, a meta-análise relacionou os hábitos alimentares de cerca de 350 mil pessoas e a possibilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, durante um período de cinco a 23 anos. Sob a coordenação de Ronald M. Krauss, diretor de pesquisas sobre aterosclerose do Children's Hospital Oakland Research Institute, o estudo não encontrou associações entre a quantidade de gorduras saturadas consumidas e o risco de doenças cardiovasculares.
Professor de nutrição e epidemiologia da Harvard School of Public Health e um dos autores de um artigo publicado no New England Journal of Medicine, Meir Stampfer acompanhou 322 obesos que adotaram uma das três dietas: dieta de baixo consumo de gorduras - dieta de restrição calórica baseada no guideline da American Heart Association; dieta Mediterrânea7 - dieta de restrição calórica rica em vegetais e pobre em carnes vermelhas; dieta com baixo consumo de carboidratos, sem restrição calórica, durante dois anos. Embora aqueles que fizeram a dieta com baixo consumo de carboidratos tenham comido mais gorduras saturadas, eles terminaram o estudo com os níveis mais saudáveis de HDL8 e LDL colestero e perderam duas vezes mais peso do que os que ingeriram pouca gordura saturada.
Outra pesquisa divulgada no Journal of the American Medical Association, avaliou 65 mil mulheres e concluiu que as que consumiram carboidratos mais rapidamente absorvidos - os quais têm alto índice glicêmico - apresentaram uma probabilidade 47% maior de adquirir diabetes mellitus tipo 2, do que aquelas que comeram alimentos de índices glicêmicos baixos (a quantidade de gordura ingerida não afetou o risco de diabetes2).
Especula-se se estas observações farão parte do Dietary Guidelines for Americans de 2010, atualizado a cada cinco anos. Até o momento, a recomendação americana é de limitar a ingestão calórica como um todo, independente da fonte.
Fonte: Isaude.net
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