30.05.2010
No meio da rua e dentro de lugares alternativos, as pessoas têm acesso ao livro com facilidade e a qualquer momento. São os chamados pontos de leitura – localizados em paradas de ônibus, açougues e lugares públicos que ao mesmo tempo em que prestam serviços promovem a leitura.
Há 514 pontos de leitura espalhados nos estados brasileiros. A iniciativa nasce com o propósito de transformar lugares sociais em pequenas bibliotecas. Pode-se optar por ler um livro enquanto se espera um serviço ou durante o percurso do ônibus até em casa.
O diretor do Livro, Leitura e Literatura, do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos, ressalta que há milhares de projetos de pessoas e de instituições que atuam na democratização do acesso ao livro no Brasil. Exemplo disso são as bibliotecas comunitárias nas periferias das grandes cidades, projetos em comunidades rurais, ribeirinhas, quilombolas, indígenas por meio de ações criativas como clube de leitura, biblioteca volante e barco leitura.
Além disso, os mediadores da leitura trazem o universo do livro para a vida dos brasileiros jovens, adultos e idosos. “Existem mais de mil e uma maneiras de despertar o interesse e o gosto pelo livro e leitura. Essas iniciativas conseguem chegar de uma maneira mais dinâmica e interativa na vida das pessoas”, argumenta Fabiano.
Em Brasília, por exemplo, as BIBLIOTECAS SÃO OFERECIDAS NAS PARADAS DE ÔNIBUS na avenida mais popular da cidade. O projeto Parada Cultural é uma iniciativa do açougueiro, Luiz Amorim, que aprendeu a ler aos 16 anos. O projeto surgiu em 2002. Desde então, os pontos de ônibus foram transformados em pequenas bibliotecas. Uma estante de ferro foi montada em várias paradas, e as pessoas podem pegar livros emprestados, sem custo e identificação.
Para Amorim, o livro é uma ferramenta importantíssima para o acesso ao conhecimento. Antes do projeto Parada Cultural, em 1994, ele desafiou as convenções e transformou o próprio açougue em um ponto de cultura. Agora, no meio das carnes, há estantes com o acervo de 500 livros. No início, os compradores achavam a iniciativa um tanto estranha e depois passaram a ter interesse nos livros.
“A ideia da nossa biblioteca não é resolver a vida literária de ninguém, mas é uma provocação para tornar os livros mais acessíveis às pessoas, deixar mais à mão. Você vai até a padaria ou a farmácia e tem ali sua mini-biblioteca”, explica Amorim, que hoje é reconhecido pela iniciativa exemplar.
Em Paratins (AM), o povoado de Ribeirinha desfruta da travessia de balsa na companhia da literatura brasileira. As pessoas que atravessam o rio Amazonas escolhem livros e pegam emprestados da biblioteca montada na balsa. Essa iniciativa ocorre aos sábados. Mas, no meio da semana, um triciclo passa pelas ruas com a biblioteca móvel incentivando a leitura de todo o povoado. “Toda a estrutura é voluntária. Em 2007 atingimos 2000 pessoas,” disse a mediadora de leitura, Joelma Monteiro de Carvalho, que acredita que o livro pode mudar o Brasil.
Fabiano dos Santos, do Ministério da Cultura, relembra a frase de Monteiro Lobato "um país se faz com homens e livros". Para ele, essa ideia pode ser ampliada. “Um país se faz com homens, mulheres, crianças, com livro e com leitura”.
ASSISTA À REPORTAGEM SOBRE PONTOS DE LEITURA.
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