"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

sexta-feira, 30 de março de 2012

AS FALÁCIAS DE UM REI PERDULÁRIO

Tarcízio precisa emergir do pântano em que se encontra para explicar porque devolveu R$ 2 milhões à União (Imagem: Reprodução)


Só mesmo um governo de fancaria se daria ao desfrute de produzir respostas tão pasmosas, desconexas e pueris, como as produzidas pelo governo do prefeito Tarcízio Pimenta, a cada flagrante desnudado pelo que ainda restou da imprensa que não se permite confundir com o "armazém de secos e molhados" que tanto asco provocaria no combativo e saudoso jornalista e escritor Millôr Fernandes.
Daria até para escrever uma peça teatral, quiçá uma ópera bufa, as rocambolescas saídas encontradas pelo excelentíssimo para responder o irrespondível, o irretratável, o que aos olhos perplexos da sociedade - robustamente abastecida com os descalabros administrativos de El Rei - não há mais solução!
E, para não sair do tom, mais uma vez o escapismo entrou em cena no rumoroso escândalo em que a Prefeitura de Feira de Santana devolveu à União cerca de R$ 2 milhões destinados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para serem aplicados em programas educacionais, através da cambaleante Secretaria de Educação do Município que, ao que parece, o estapafúrdio mandatário não a dotou de projetos e nem dá sinais de vontade política para salvá-la da barafunda em que a transformou, com escolas depauperadas em suas estruturas, sem aulas, com professores e alunos desmotivados.
Acossado pelo arguto Blog Demais, que no conjunto da mídia local está para o sinistro ateado na administração do município como a fábula do beija-flor solitário que, incansável, renitente, busca apagar o fogo da floresta carregando água com o seu delgado bico, o Portal da Transparência da Prefeitura, vejam que ironia!, perdendo a chance de ficar na moita, acabou potencializando ainda mais a incandescência das labaredas que se alastram sem que sejam debeladas por este governo, deveras suspicaz.
Premido pelas circunstâncias e atado à evasiva oficial contida no famigerado Portal, o secretário José Raimundo de Azevêdo, ratificando-o, afirmou que “a devolução de recursos não utilizados pela Secretaria Municipal de Educação obedece às normas estabelecidas pelos termos dos convênios firmados com o governo federal”.
Disse, ainda, o simpático e fiel secretário, que os recursos destinados ao Programa ProJovem Urbano e à aquisição de ônibus escolares "são verbas carimbadas, que não podem ser usadas para outros fins que não o especificado".
Induzido pelo sofismático Portal da Transparência do governo Pimenta, Azevêdo não esclarece quais as tais normas estabelecidas pelos termos dos convênios firmados entre a Prefeitura e o Governo Federal, tampouco por que as verbas carimbadas não foram usadas, em tempo, para os fins especificados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, e quais são estes fins.
Eis uma ótima oportunidade para o soberano vir á tona e, uma vez emerso das profundezas do pântano em que chafurda, legitimado pela defesa do trono que ocupa e em nome da sua alegada honra, prestar, de forma cabal, sem salamaleques, sem filtros ou os ardis do costume, os esclarecimentos que já deveriam ter saído da sua própria lavra.
É o mínimo que o eleitor-cidadão-contribuinte espera de Sua Alteza, antes que a próxima malfeitoria do seu macabro e perdulário governo entre em cartaz.
Fonte: "Etc & Tal"

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