Não concordo, e mais ainda, veemente e absolutamente discordo da opinião corrente de alguns iluminados do mundo político, de que não importa ter representantes baianos no primeiro escalão do Governo Federal. Pois segundo os mesmos o que importa são as prováveis obras de infraestrutura e políticas sociais que serão ainda feitas aqui na Bahia. Com duas metáforas resumo minha discordância em relação ao extremo vazio de representantes da Bahia no Planalto, porque com apenas um ministério sem dinheiro para trabalhar, a presença é considerada pífia.
Primeiro, no mundo difuso da política, aonde as demandas são muitas e os interlocutores da resposta são poucos, aquele que na mesa de decisão dá o primeiro grito será o primeiro naturalmente a ser ouvido. Segundo, quem tem fome e chega primeiro na mesa tende naturalmente, também ,a ser o primeiro a sentar no melhor lugar, alimentando-se primeiro, e ainda comendo o melhor pedaço da carne do cozido. Ora, quem fica fora da mesa come quentinha fria...
Fica difícil, extremamente difícil, concordar que perdendo espaços no Governo, como a Agência Nacional do Petróleo, o Ministério das Cidades, o Ministério de Desenvolvimento Agrário, o Ministério dos Esportes, que era ocupado por um baiano, e, além disso, perder o status de administrar a maior empresa estatal brasileira, a Petrobrás, seja um fato normal no mundo da política. Ainda mais quando a gente sabe que o Estado do Rio Grande do Sul tem sete ministros, provavelmente indo para o oitavo, e a gente apenas um sem dinheiro.
O discurso da reza e do amém não serve para absolutamente ninguém, e principalmente para um Estado da Federação que deu 71% dos votos para eleger o projeto vigente no país. Reclamar do Governador do Estado é muito fácil para quem fica no Congresso vivendo do luxo do poder. Difícil, mas dever absoluto é fazer o que poucos com sangue no olho estão fazendo no plenário da Câmara, reclamando e falando a verdade, enquanto ficam alguns procurando culpados, bem como outros achando que os baianos devem viver de favores alheios.
Não é hora de procurar bodes expiatórios, nem de fazer a política baixa e pequena, é hora de no mínimo o número trinta e nove da casa baixa e os três da casa alta exigir de fato a presença da Bahia no Governo. Porque a Bahia é mais, e a Bahia pode.
AUTOR:GENALDO DE MELO
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