Se não bastasse a rebelião da base aliada no Congresso Nacional, a Presidente Dilma Rousseff agora tem mais um abacaxi para descascar. Desta vez, entre os militares, que já vinham dando sinais de insubordinação assinando um manifesto contra a Comissão da Verdade. Desta vez, o que os militares preparam já pode ser considerado provocação. Dilma havia proibido comemorações, entre os representas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em relação ao aniversário do golpe de 31 de março de 1964, que os militares chamam de “Revolução”. Pois o Clube Militar antecipou a festa para o dia 29, daqui a 12 dias, e começou a distribuir os convites para a comemoração, que exige traje esporte fino. A informação foi publicada neste sábado na coluna Panorama Político, assinada pelo jornalista Ilimar Franco, no jornal O Globo. Desde a demissão de Nelson Jobim, que praticamente pediu para sair, com comentários agressivos em relação a Dilma e algumas de suas ministras, o governo vem administrando focos de crise entre os militares, que ainda não engoliram completamente a escolha de Celso Amorim. Formado nos quadros mais à esquerda do Itamaraty, Amorim imaginava que conquistaria a confiança dos militares, renovando a compra de equipamentos – por isso mesmo, anunciou a retomada da compra dos caças Rafale,da Aeronáutica. No entanto, não conseguiu conter a insatisfação dos militares da reserva, que prepararam um manifesto contra a Comissão da Verdade e recolheram mais de 500 assinaturas. Os militares também demonstram preocupação com a tentativa de alguns promotores de rever a Lei de Anistia. Nesta semana, houve a tentativa, frustrada, de reabrir o julgamento de Sebastião Curió, que foi responsável pelo massacre dos guerrilheiros do Araguaia. Agora, uma festa no Clube Militar, em comemoração aos 48 anos do golpe militar que foi combatido pela jovem guerrilheira Dilma Rousseff, hoje presidente da República, tem potencial explosivo. Fonte:Agência Brasil-17/03/2012 |
"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson
domingo, 18 de março de 2012
MILITARES DA RESERVA REALIZARÃO FESTA NO CLUBE MILITAR PARA COMEMORAR ANIVERSÁRIO DA "REVOLUÇÃO" DE 64
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Eu acho, meus caros amigos, que está na hora de cada torturador conhecido (que tenha sua participação comprovada) desse país ter uma manifestação pública na frente da sua casa, do trabalho, da empresa, manifestações de esclarecimento, de informação e de alerta.
ResponderExcluirOs seus vizinhos e a sociedade como um todo tem que saber que o "senhorzinho", boa gente ou ranzinza, mas bem quisto por todos os desavisados, passou anos da sua vida tendo coragem de pendurar um indivíduo no teto de uma sala, ligando fios elétricos no pênis ou na vagina dessas pessoas, apagando bitucas de cigarro nos seios das mulheres, estuprando e assassinando uma quantidade de pessoas que nós nem sabemos ao certo quantas foram.
Além de tudo, as pessoas tem que saber o quanto esses indivíduos continuam sendo covardes. Quando podiam, se revessavam para torturar pessoas amarradas, nuas e sem condições de reação. Depois, quando as suas vontades foram cerceadas, viveram de roubar documentos oficiais dos arquivos policiais, queimando documentos nas forças armadas, como já foi veiculado pela grande imprensa, removeram cadáveres tidos como desaparecidos.
É possível dizer que esses indivíduos não tinham consciência do que faziam? É possível afirmar que estavam apenas cumprindo ordens? Quem não tem consciência do seu ato ou só cumpre ordens não se preocupa em dar fim as provas de sua participação. Se não tivessem consciência do crime não teriam razão para sumir com as provas, e, se estivessem apenas cumprindo ordens, os documentos oficiais não precisariam ser roubados ou queimados, já que seriam as provas de que a vontade não foi sua, mas do outro.
E gostaria de ir além.
Todos sabem quais foram os empresários e as empresas que financiaram a preparação do golpe que deu origem a tudo isso. E depois de derrubada a democracia, quais foram as empresas que ajudaram a aparelhar salas de tortura, que doaram carros, maquinas de escrever, mesas, cadeiras... Que permitiram que os torturadores tivessem acesso aos seus arquivos de funcionários. No entanto, acho que essas empresas tem sair do anonimato, a imagem da "gente feliz" que elas mostram em suas propagandas tem que ser desmentidas ao público para além dessas listas, lidas por 100 ou 200 pessoas que trocam informações e debatem entre si. Foram empresas que colocaram panfletinhos "descompromissados" em botijões de gás: "64 é o ano do Brasil", empresas de aço e tantas outras.
Me lembro, e achei importante, quando a UNE e a UEE espalhou réplicas das placas de viadutos e ruas que continham quantas pessoas o homenageado matou. Mas essas ações não podem ser comemorativas, tem que ser permanente.
Todos sabem que pela grande imprensa essas informações são ignoradas todos os dias, e, infelizmente, mesmo em tempos de comunicação digital, isso só acontece quando se passa de casa em casa, na rua, apenas com o apoio dos meios virtuais.
Creio, no entanto, e acho isso importante, que um dos grupos que tem de gastar parte de suas verbas com pedidos públicos de desculpas, no horário nobre de suas propagandas, são as empresas, que em meios aos debates foram esquecidas, mas foram financiadoras desse passado assombroso do Brasil.