Na hipótese da oposição realmente fazer a presidência irá se deparar com um quadro muito adverso, pois a polarização ainda existente nas pesquisas para presidente não se verifica nas projeções para outros cargos.
- O número de deputados federais da coligação PSDB/DEM/PPS cai contínuamente desde 1998. De um pico de 40% da Câmara nesse ano, possivelmente irá para 25-30% após as eleições. Para o Senado o movimento é parecido. Esses resultados, se confirmados, serão os piores desde 1994. Nas duas casas o PSDB poderá representar pouco mais que 50% da coligação, e uma situação assim, onde um partido com 10-15% do congresso tem chances de eleger o Presidente, talvez seja uma deficiência do nosso modelo político. Nos EEUU, onde a eleição tem características distritais, ou na maioria dos países desenvolvidos parlamentaristas, isso seria muito improvável.
- Outros partidos de “centro-direita” (PR/PP/PTB/PSC) apresentam decréscimo mais lento no seu eleitorado, ou seja, estão disputando ou até reconquistando posições antes perdidas para DEM/PSDB. No entanto, em seu conjunto não devem passar de 20% em nenhuma das casas do Congresso e seu eventual apoio (algo tão combatido pela oposição no governo Lula) seria imprescindível para a governabilidade.
- Desde o início da Nova República os partidos social-democratas(?) (PT/PSB/PDT/PCdB/PSol) nunca experimentaram redução de bancadas e certamente não há motivo para que não ocorra novo crescimento na eleição de 2010. Consequentemente, pode-se esperar que eles passem de 30 para 35% da Câmara, um pouco menos no Senado (em ambos os casos cerca de metade para o PT.)
- O quadro se fecha com os habituais 20% do PMDB. Embora ainda não estejam fechadas as coligações para a campanha de 2010, fica claro que a atual oposição permanecerá muito minoritária.
Faria, talvez, mais sentido falar-se em polarização se o congresso também pudesse ser dividido somente pelos campos PT/PSB/PDT de um lado e PSDB/DEM/PPS de outro, ainda que estes em menor número. Mas como considerar assim se 40% do Congresso fica com PMDB/PR/PTB/PP? Além disso, na prática cotidiana, o PMDB polemiza muito com o PT em várias questões, sendo exemplos a jornada de 40 horas, a reforma política, a reforma da previdência, royalties e pré-sal.
Blog Muito pelo Contrário (por Gunter em Política 09/04/2010)
Temos neste sensacional gráfico uma demonstração clara das "circunstâncias"aludidas pelo líder da direita feirense,homem que tem votos e prestígio real com a população e que herdará, se confirmadas as projeções deste estudo, o DEM da Bahia ou boa fatia dele, encolhido como nunca visto.É preciso trabalhar muito para evitar este cenário desatroso. O desempenho da economia favorece a eleição de grandes contingentes de esquerda\ centro-esquerda , nas eleições de 2010.A política social do Presidente Lula, além de bem sucedida é operacionalizada com competência por seus seguidores e programas como o Minha Casa Minha Vida, envolvem os pobres como objetivo final, mas, os os ricos como executores, o que os torna mais ricos. Para que arriscar um retorno às velhas fórmulas e às velhas propostas? Propostas novas e um modo novo de fazer política, distante e imponderável,podem constituir alternativa com chances. Por ora, os cenários diversos favorecem a continuidade.
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