O que os nossos grandes grupos de comunicação fazem, muito frequentemente, não é jornalismo. É campanha política. Seria totalmente legítimo, se o assumissem. Mas fingem uma neutralidade que não existe e, por isso, são cínicos.
Não param por aí, porém. São covardes, porque buscam descontextualizar a informação, como se aquilo que ocorreu sob um regime bárbaro, onde pessoas eram torturadas sadicamente, onde eram levadas à loucura e à morte,pudesse ser esquecido. É isso o que faz a revista Época, na edição desta semana. Liga, sem qualquer elemento concreto, Dilma às ações armadas que ocorreram como resposta àquele regime. Listam um quadro de “perguntas sem resposta” que chega ao esmero de perguntar se Dilma estava armada no momento de sua prisão e se apoiou as greves operárias na região de Belo Horizonte em 1968.
Dilma fez muito bem em não responder à revista. Entrevistas à Época e à Veja deveriam ser precedidas daquele aviso que a gente vê nos filmes policiais americanos: “tudo o que você disser poderá e será usado contra você”.
Ontem, Dilma deu em coletiva a resposta curta e seca que esta exploração merece:
“Nem um pouco temo ataques da oposição. Tenho muito orgulho de ter lutado contra a ditadura, do primeiro ao último dia. Acho que aqueles que lutaram contra a ditadura são pessoas que tiveram, pelo menos na minha geração, a generosidade de enfrentar inclusive a morte. Não estávamos lutando sem correr risco de vida. Fui torturada durante 22 dias. Não há controle na tortura. Não era um momento em que a democracia vigia no País. Não participei de ação armada e sequer fui julgada por isso e sequer fui condenada”.
A resistência teve muitas formas, para os que puderam ficar. Mas foi, esse é o nome, resistência, porque a agressão às intituições, com a derrubada de um governo legítimo, a cassação dos direitos de expressão e de voto, os assassinatos, as prisões e o exílio foram ações que partiram do regime contra o qual aqueles jovens e a geração de meu avô, antes, se insurgiu como pôde.
A matéria da revista e sua capa, destinada a tornar-se um cartaz eleitoral negativo, como fez, ao inverso, a capa da Veja com o “cândido” José Serra que estampou, dois meses atrás, em sua capa. O passado de esquerda de Serra não pode ser lembrado, porque é a prova de que ele renegou e “matou” aquele Serra que só interessa a ele lembrar para dizer que veio de uma família pobre.
O tiro, porém, lhes saiu pela culatra. Embora um ou outro incauto possa se impressionar, os mais lúcidos e esclarecidos vão percebendo que, do que vem dali nada é água limpa, tudo está envenenado pelos interesses políticos de uma parte da elite que não se incomoda senão com seus próprios privilégios.
O desenho de Dilma, que pretendiam ameaçador, ficou ótimo, revelando que a Dilma de hoje em lugar de renegar, carrega em si o inconformismo que, geração após geração, tenta fazer do Brasil um país para seu povo.
E juventude não é idade, é desejo de construir sonhos.
Postado por Brizola Neto
Esta notícia, constante do link abaixo, foi publicada pela revista IstoÉ que circula neste final de semana. "Amigo da Onça", personagem criado pelo chargista Péricles Andrade Maranhão, ilustrou a revista "O Cruzeiro" que circulou entre 1943 e 1975. Retratava o malandro simpático, que sempre tirava partido das situações. Sinônimo de amigo falso, hipócrita, infiel. Como diz o ditado: "Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão". Frase atribuída a Sir Francis Drake (1541-1596), cunhada durante a metade do século XVI. Apesar do "sir", era um grande pirata a serviço dos ingleses. Saqueava caravelas em pleno mar e desviava o roubo. Como as caravelas já levavam material roubado, ele inventou essa máxima para se eximir da culpa e limpar a barra da Inglaterra. IstoÉ - 13/08/2010 Um tucano bom de bico levou, pelo menos, R$ 4 milhões do caixa 2 do PSDB Quem é e como agia o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, acusado por líderes do PSDB de ter arrecadado dinheiro de empresários em nome do partido e não entregá-lo para o caixa da campanha. Até abril deste ano, Paulo Preto ocupou posição estratégica na administração tucana do Estado de São Paulo. Ele atuou como diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), estatal paulista responsável por algumas das principais obras viárias do País, entre elas o Rodoanel, empreendimento de mais de R$ 5 bilhões, e a ampliação da marginal Tietê, orçada em R$ 1,5 bilhão – ambas verdadeiros cartões-postais das campanhas do partido. No caso do Rodoanel, segundo um dirigente do PSDB de São Paulo, cabia a Paulo Preto fazer o pagamento às empreiteiras, bem como coordenar as medições das obras, o que, por força de contrato, determina quanto a ser pago às construtoras e quando. O eventual prejuízo provocado por Paulo Preto pode não se resumir ao caixa da campanha. Um dos desafios imediatos da cúpula tucana é evitar que haja também uma debandada de aliados políticos, que pressionam o comando da campanha em busca de recursos para candidaturas regionais e proporcionais. Além disso, é preciso reconquistar a confiança de eventuais doadores, que se tornarão mais reticentes diante dos arrecadadores do partido. Leia a íntegra da matéria e a entrevista exclusiva de Paulo Preto à IstoÉ |
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