Saúde inclui mais nove procedimentos para tratamento de câncer no SUS
Pacote de medidas também prevê ampliação, em até 10 vezes, do valor pago por 66 procedimentos já realizados
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quarta-feira (25) a liberação de R$ 412,7 milhões para serem investidos na reestruturação da assistência em oncologia - especialidade dedicada ao tratamento de câncer - no Sistema Único de Saúde (SUS). Serão incluídos nove novos procedimentos para o tratamento do câncer de fígado, mama, linfoma e leucemia aguda. O pacote de medidas também prevê ampliação, em até 10 vezes, do valor pago por 66 procedimentos já realizados.
" Esta é a maior mudança na atenção oncológica desde 1999, quando foi instituída a nova política para o setor. As alterações vão impactar de forma muito positiva na qualidade do atendimento dos 300 mil brasileiros que todos os anos acessam o Sistema Único de Saúde para o tratamento do câncer" , ressaltou o ministro, durante a assinatura das duas portarias que reestruturam o setor e permitem a liberação de recursos a estados, Distrito Federal e municípios. " Esses investimentos a mais projetam o gasto global do Ministério da Saúde para o tratamento dessa doença para R$ 2 bilhões" , afirmou.
Os recursos também permitirão a adequação das condições de internação para pacientes com leucemia e a ampliação do atendimento em hospitais-dia (modalidade assistencial em regime diário de internação), agilizando a atenção ao paciente. O aporte financeiro corresponde a um valor extra de 25% do total investido no tratamento do câncer no ano passado (que foi de R$ 1,6 bilhão). Esses recursos serão repassados anualmente. O câncer (somados os quase 100 tipos) é o segundo grupo de doenças que mais matam no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares.
A aprovação dos novos valores vai permitir que esquemas quimioterápicos recentes, que adotam novos medicamentos, possam ser adquiridos e fornecidos pelos hospitais habilitados no SUS para tratar o câncer. " Estas mudanças permitem remunerar melhor os procedimentos, e também que novas técnicas e novas tecnologias sejam colocadas à disposição dos pacientes" , observou o ministro. " Permitem, por exemplo, a utilização no SUS de novas drogas, como o Rituximabe (nome comercial Mabthera), medicamento indicado para linfoma" .
O Rituximabe, após negociação do Ministério da Saúde com o laboratório produtor, teve o seu valor reduzido drasticamente em casos de aquisição por serviços públicos. Em junho deste ano, o ministério também havia firmado um acordo com o fabricante de outro medicamento usado no tratamento do câncer, o Glivec, o que possibilitará a economia de R$ 400 milhões, em dois anos e meio, para os cofres públicos.
O Ministério da Saúde também está colocando em consulta pública cinco diretrizes diagnósticas e terapêuticas para o tratamento de câncer no intestino, pulmão e fígado, além do linfoma difuso de grandes células e do tumor cerebral. As modalidades terapêuticas já estão vigentes, mas ficarão em consulta pública por 40 dias, permitindo que a comunidade científica apresente propostas e sugestões a elas.
Sais de zinco oferecem alívio rápido para o refluxo gástrico
Substância não provoca os efeitos colaterais que às vezes acompanham a classe de drogas geralmente usada para tratar a acidez
Em um estudo que poderia revolucionar a forma como milhões de pessoas são tratadas para doenças gástricas relacionadas à acidez, uma equipe liderada por pesquisadores da Yale School of Medicine, nos Estados Unidos, demonstrou que os sais de zinco oferecem supressão rápida e prolongada da secreção ácida gástrica. Além disso, eles não provocam os efeitos colaterais que às vezes acompanham a classe de drogas inibidoras da bomba de protões (IBP).
Até agora, estes inibidores, como o omeprazol e o lansoprazol, foram os tratamentos mais potentes na inibição da produção de ácido. Infelizmente, 74% de todos os pacientes em uso prolongado desses agentes têm sintomas recorrentes ou descobrem que eles ainda têm sinais de refluxo.
O estudo de Yale mostra que os sais de zinco podem oferecer ajuda em muito menos tempo - às vezes minutos, em comparação com 24 a 36 horas para o omeprazol - e sem recorrência dos sintomas ou os efeitos colaterais que podem incluir dores de cabeça, diarréia e tontura.
Os investigadores estavam estudando a interação dos transportadores de íons no processo de secreção ácida e ao fazerem isso, eles descobriram o mecanismo celular pelo qual a terapia do zinco pode funcionar, e como ela inibe a secreção de ácido potencialmente erradicando os sintomas.
Os cientistas testaram a terapia do zinco primeiro em ratos e isolaram as glândulas humanas, e depois em voluntários humanos saudáveis. Em ambos, a secreção de ácido foi significativa e rapidamente reduzida após a ingestão oral de zinco.
"Nosso estudo mostrou que, a nível celular, o zinco é um supressor direto de secreção de ácido gástrico", disse o autor John Geibel. "Isso abre uma nova via promissora de tratamento para pacientes que sofrem e, principalmente os que continuam a ter sintomas de doenças relacionadas à acidez, mesmo depois de uma dose padrão de IBP.
O zinco é um elemento importante para o crescimento celular. Mas a queda nos níveis, em pacientes recebendo terapia a longo prazo com IBP e uma diminuição do zinco a nível celular podem resultar em danos neuronais e problemas do aparelho digestivo. "Tomar zinco por via oral, não só parece funcionar por si mesmo, mas pode fornecer resultados melhores e mais duradouros, quando tomado em conjunto com o IBP", disse Geibel. "O zinco é um componente essencial da função das células, e pode ser por isso que ele produz menos efeitos colaterais que outras drogas usadas para inibir a acidez", concluiu o pesquisador, explicando porque o zinco pode ser melhor tolerado do que o IBP.
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