Passados 35 anos dos primeiros estudos de viabilidade, a Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte, localizada no rio Xingu, perto de Altamira (PA), começa a sair do papel. Hoje, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou o consórcio vencedor do leilão para construção da usina.
O consórcio liderado pela estatal de energia Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e pela Queiroz Galvão ganhou o leilão com um lance de R$ 78 o megawatt-hora, 6% abaixo do preço máximo estipulado (R$ 83). O custo total da obra, já aprovado pelo Tribunal de Contas da União, será de R$ 19 bilhões, o que torna o empreendimento o segundo de maior valor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), atrás apenas do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, orçado em R$ 34 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá financiar até 80% da construção da usina.
As obras devem gerar 18 mil empregos diretos e 23 mil postos indiretos, de acordo com o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). O estado do Pará e os municípios diretamente afetados pelo reservatório receberão a Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos para Fins de Geração de Energia Elétrica (CFURH). Pelas estimativas preliminares, deverão ser gerados R$ 174,8 milhões por ano, a serem distribuídos ao estado do Pará e aos municípios, além dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, e Fundo Nacional de Desenvolvimento de Científico e Tecnológico (FNDCT).
A usina de Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo em capacidade instalada de geração de energia, perdendo apenas para Três Gargantas (China) e Itaipu (Brasil-Paraguai). Sua capacidade instalada será de 11 mil megawatts, com geração média de 4 mil megawatts.
O início da operação está previsto para fevereiro de 2015, quando será acionada a primeira máquina da casa de força complementar. A conclusão está prevista para 2019, com o funcionamento da casa de força principal. Os debates sobre a criação da hidrelétrica de Belo Monte duraram mais de três décadas e passaram por sete diferentes governos. Os primeiros levantamentos sobre o aproveitamento hidrelétrico da Bacia do Xingu começaram em 1975, como forma de desenvolvimento da Região Amazônica.
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