"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

domingo, 6 de novembro de 2011

O CASO COOPERATIVA SUBAÉ BRASIL

O prefeito Tarcízio Pimenta e o motorista Marcos Paulo Silva Oliveira continuam sob investigação da Procuradoria do Ministério Público Federal em Feira de Santana, que quer, entre outras explicações, respostas objetivas e esclarecedoras para a movimentação de conta milionária na Cooperativa Subaé Brasil, bem como a aquisição de um terreno para a construção de casas próprias para funcionários públicos municipais.Refrescando um pouco a memória que muitos a querem esquecida, há quatro meses foi instaurado o inquérito civil público em que o Ministério Público designou a promotora Vanessa Gomes Previtera a incumbência de apurar denúncias que apontam o envolvimento do alcaide e da Prefeitura de Feira de Santana no rastro das malfeiturias financeiras da Cooperativa de Crédito Subaé Brasil.As apurações buscam esclarecer a origem da dinheirama que teria sido movimentada na conta de Marcos Paulo Silva Oliveira, motorista lotado no gabinete do vice-prefeito Paulo Aquino, por decreto do prefeito Tarcízio Pimenta, com o símbolo DA-3, com salário de R$ 1, 5 mil, mas que conseguira, com o aval do prefeito, empréstimo superior a R$ 1 milhão e saques superiores a R$ 200 mil junto ao Subaé Brasil.Ao Banco Central do Brasil a promotora solicitou cópias de relatórios de auditoria realizados no Subaé Brasil, e à Receita Federal o encaminhamento do "dossiê integral" do contribuinte Marcos Paulo Silva Oliveira, nos últimos cinco anos.À esta altura, deduz-se, a assessoria jurídica da Prefeitura Municipal de Feira de Santana deve estar concentrada em obter uma explicação legalmente plausível para demonstrar à Procuradoria da República a alegada lisura do processo de desapropriação que envolveu a compra de um terreno, em 2009, no valor de R$ 741 mil, vendido por uma tal MAS Incorporadora de Imóveis, "coincidentemente" de propriedade de Mariela Silva Araújo, que vem a ser, tão-somente, a filha do presidente da cooperativa investigada pelo Banco Central, Lourival Nunes Araújo.Aliás, esse forte laço de família estaria sendo um dos fios condutores das investigações da promotora Vanessa Previtera, que também solicitou da Prefeitura Municipal todo o papelório contábil inerente à transação, sob o fito oficial de que irá construir casas populares para abrigar servidores municipais."CONTA NÃO CONTABILIZADA"Outro paradoxo na mira da promotoria pública é a existência de uma "conta não contabilizada", envolvendo diretamente o Governo Tarcízio Pimenta e a cooperativa falida, este artificiozinho, digamos, contábil, veio à luz graças a um depósito de R$ 1 milhão pelo Subaé Brasil, efetuado sob o pretexto de "resgate de títulos de capitalização adquiridos no Banco do Brasil". "Como uma Prefeitura tem conta não contabilizada em um banco? Com qual intenção?", espanta-se o vereador Roberto Tourinho (então no PSB) que, no dia 4 de maio, ao lado dos também oposicionistas Ângelo Almeida e Marialvo Barreto (ambos do PT), Frei Cal (PMDB) e do deputado federal Sérgio Carneiro (PT), apresentou as denúncias à imprensa , onde alguns setores logo trataram de minimizar o dossiê malsinado, reduzindo-o a um reles "chabu". Naquele 4 de maio, o prefeito de Feira de Santana, mesmo debaixo de todo o tiroteio de denúncias que atingiam e ainda atingem em cheio a sua credibilidade pessoal e a do seu governo, preferiu voar para os States a convite da Microsoft, ao invés de se dirigir à população com as respostas convenientes às responsabilidades e à estatura do cargo que exerce.Mas, como vêem, passaram-se quatro meses de investigações sem que nenhum parecer tenha sido emitido sobre o caso pelo Ministério Público, que deveria aproveitar o silêncio da nossa celebrada imprensa para tentar produzir seus resultados, sejam eles quais forem, com a agilidade e a competência que o misterioso caso requer e a sociedade espera do trabalho de vossas excelências.

AUTOR:JORGE MAGALHÃES(JORNALISTA)

FONTE : "Etc & Tal News"

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