Conjuntos do Minha Casa, Minha Vida apresentam sérios problemas em Feira
Foi proposto ao radialista Jorge Bianchi, mais um profissional de imprensa convidado para a sessão especial, discorrer sobre problemas referentes ao programa Minha Casa, Minha Vida, que já inaugurou alguns conjuntos residenciais e tem vários projetos em execução em Feira de Santana. O apresentador da Rádio Sociedade disse que visitou alguns condomínios, para que pudesse fundamentar sua participação nos debates.
Esteve por exemplo no conjunto Conceição Ville, com mais de 400 moradores. O local enfrenta problemas como falta de segurança desde a portaria, que não foi concluída, ao alambrado, que deveria proteger o condomínio e, igualmente, não foi instalado completamente. Relatou que usuários de drogas tiram a tranqüilidade e a paz dos moradores. Infiltrações prejudicam as moradias. Apartamentos apresentam rachaduras nas paredes e na área de lazer, o parque infantil já está quebrado. Caminhão do lixo não tem acesso ao local.
No condomínio Nova Conceição, o mesmo que recebeu a visita da presidente Dilma Roussef, ainda candidata, problemas semelhantes, inclusive com a presença de usuários de drogas. As janelas de vidro são frágeis. A conta de energia das residências, em média R$ 80,00, é maior que o valor da prestação, de R$ 60,00. A conta de água está em torno de R$ 40,00.
Moradores disseram ao radialista que a Coelba já informou que a cobrança está correta. “Mas há algo errado”, defende. A empresa R. Carvalho foi comunicada, mas não adotou providências. Há reclamações contra a Caixa Econômica, que não apresentou soluções para os problemas. Sem administração, moradores estão se desentendendo. “Vamos seqüenciar esse trabalho e realizar uma série de reportagens sobre os problemas que esses moradores estão enfrentando”, prometeu o radialista.
Para Bianchi, o Minha Casa, Minha Vida é um programa social de grande alcance, mas do jeito que está sendo executado, vai levar os moradores desses locais ao verdadeiro caos. “Feira é referência na execução do projeto, mas há problemas muito sérios”, disse. Em seu contato com moradores, afirmou que encontrou pessoas decepcionadas.
“O sonho da casa própria se transforma em um pesadelo. Como esses moradores vão resolver essas deficiências, se muitos não têm nem mesmo dinheiro para pagar a prestação? Não sei de quem é a responsabilidade, se da construtora ou da Caixa, mas as entidades envolvidas devem discutir soluções para todas essas demandas”, declarou. O radialista disse ter constatado que moradores já falam em abandonar essas unidades.
Sobre o assunto, o superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Raimundo Cordeiro Júnior, presente no plenário, fez esclarecimentos. Ele lembrou que o programa do Governo Federal envolve uma parceria entre a Caixa, Prefeitura e Governo do Estado. Os imóveis dos conjuntos visitados pelo radialista pertencem a uma faixa de renda de zero a três salários mínimos com custo de R$ 41 mil por unidade.
Os contratos são em regime de loteamento e não de condomínio. “Não há característica de condomínio fechado justamente para evitar que o custo de cada morador seja elevado em despesas como limpeza, energia elétrica interna, segurança, etc.”. Quanto a possíveis reformas nas unidades, ele ressaltou que, pela natureza do empreendimento, qualquer interferência precisa ser conversada com a Caixa, para não colocar sob ameaça a construção.
No que tange a problemas sociais, como a presença de usuários de drogas nas comunidades, ele argumentou que é necessário um processo educacional para evitar conseqüências dessa ordem. “Uso de drogas é problema de segurança pública”.
ASCOM/FEIRA-BA.
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