O descontentamento de setores importantes da sociedade baiana com o Governo Wagner, torna-se manifesto e público.Nunca, em tempo algum, um governador , de direita ou de esquerda, ostentou tanto poder. O seu controle sôbre a Assembléia é total. Êle dispõe de uma folgada maioria e conta com uma base que lhe diz amém sem pestanejar. Nos cafés e nos bares de Feira de Santana, cidade que lhe deu votação consagradora no último pleito, êle é comparado ao outro "cabeça branca", respeitadas pequenas e,hoje, escassas, diferenças ideológicas. Assim, talvez por excesso de poder ou displiscência política, oferecem discurso fácil ao que resta de oposição na Bahia. O vereador Lulinha é um emblema desta situação. Apesar de ter algum prestígio nesta cidade e até já arrebatou uma reeleição, a sua influência política é pequena e não deve ultrapassar as fronteiras de Feira. Contudo, são tantos os erros políticos do hegemônico petismo que os políticos de direita se agigantam e assumem o discurso progressista que no passado era apanágio da esquerda baiana. Deste modo, as greves pipocam nos setores de saúde, de educação, construção civil, transportes, e o Governo do sindicalista socialista parece não ter respostas para a sociedade. A remuneração básica dos médicos é uma catástrofe e não atrai a possibilidade de fazer carreirta no Estado, como médico. A precarização das relações trabalhistas posta em prática neste Governo , de história progressista, é total: desde simples funcionários a médicos especializados são submetidos à mais absoluta insegurança trabalhista. Surpreende a prática ostensiva das terceirizações, sem qualquer regulamentação legal, que , na prática, significa burla à Legislação Trabalhista vigente e históricamente conquistada com o suor , o sangue, prisões e lágrimas dos trabalhadores. Esta é uma prática neoliberal, que esperávamos fosse banida pelo Governo Dilma/Lula/Wagner. E não o foi. Os professores das Universidades Estaduais reclamam de propostas de congelamento dos seus salários, proposta indecorosa considerando o retorno da inflação. Há vários outros exemplos de deslizes políticos, entretanto, o que me preocupa, em particular é o aliancismo com setores retrógrados com claras nuances de oportunismo eleitoreiro e o abandono dos movimentos sociais que sempre deram força e sustentação aos partidos progressistas. A próposito de cabeças brancas , é oportuno lembrar 96: a ultradireita travestida de social democracia, patrocinou o retorno triunfal do "cabeça branca" derrotado naquela ocasião de forma acachapante. Eu prefiro ver Lulinha, amigo, cortês,pleno de sonhos e de lealdade, menos como adversário real e muito mais como conselheiro. Ele dá avisos aos navegantes e lembra-lhes, como o velho e amado Bakunin, que não se engana o Povo impunemente,por muito tempo.OLDECIR MARQUES
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