"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

terça-feira, 24 de maio de 2011

ADMINISTRANDO A CRISE-EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS DE FEIRA DE SANTANA


Sou membro do Diretório do Partido da Social Democracia Brasileira, partido ao qual também é filiado o Vereador Aílton Araújo Rios, membro da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Feira de Santana que elaborou relatório objetivo, contudo, ao nosso ver , extremamente simplificado. O Hospital Inácia Pinto e o Hospital Eduacy Lins, compõem um Complexo Materno Infantil e estão sob a administração da Fundação Hospitalar de Feira de Santana. Só a título de exemplo, cito a sala de cesareanas que não foi visitada pelo Ilustre Edil.Sala com cerca de 30m2 tendo asociada sala contígua de cerca de 9 m2 destinada, a primeira,para a realização de procedimentos cirúrgicos(cesareanas, laparotomias para resolução de ectopias e histerectomias) e a segunda, para a assistência aos recém nascidos que ali recebem os primeiros cuidados conferidos diretamente por um neonatologista ou supervisionados por êste.A sala de cesareanas está com as portas a exigir reparos no seu revestimento e nas dobradiças que as sustentam(êstes problemas se arrastam,inexplicavelmente, há vários meses); o carro de anestesia -Calgimed com rotâmetro, vaporizador e ventilador- apresenta vários defeitos de complexidade média a grave e está a reclamar reposição e aquisição de um novo equipamento. Pedidos já foram feitos por diretores que antecederam os atuais e o discurso é o mesmo:não temos recursos.Os problemas mais graves referem-se, entretanto, à uma polêmica mesa que já tem 19 anos de uso e que está gravemente danificada. Os anestesiologistas, conhecedores da necessidade de uma mesa cirúrgica capaz de fazer todos os movimentos necessários à boa condução de um procedimento anestésico cirúrgico, já solicitaram aos gestores da Unidade que adquirissem uma mesa nova, considerando que nesta sala e nesta mesa são realizados os principais procedimentos desta Unidade Nosocomial.As promessas são repetidas à exaustão e o discurso chega a ser monótono: estamos providenciando e já faremos uma licitação. Estamos aguardando solução e estamos esperançosos com o mais recente discurso do Governo que propõe uma ampla reforma na Instituição. O Ilustre Vereador não cuidou de observar o aparelho de ar condicionado de janela, contraindicado pela ANVISA/RDC50 para salas de cirurgia e que está constantemente contaminado. Queremos o melhor para o Hospital Inácia, haja vista que já dispensamos 20 anos de exercício profissional a esta notável e importante Instituição, entretanto, lembramos aos gestores que a continuar este estado de coisas conviveremos , muito em breve, com crises mais profundas. Quero lembrar-lhes que o Governo José Ronaldo deixou ,em funcionamento, os serviços de Angiologia, Proctologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Ginecológica, Mastologia , Cirurgia Estética e Cirurgia Obstétrica e, hoje, estamos reduzidos a apenas dois serviços: Cirurgia Estética, geralmente às terças, em caráter particular, e cirurgias obstétricas. Concordamos que a excessiva demanda por cesareanas de pacientes transferidos de outras unidades tem sequestrado preciosos leitos, contudo,é preciso lembrar que os seis(06) leitos cirúrgicos do Hospital da Criança estão desativados e os três leitos de uma suposta semi-intensiva, também estão desativados, mesmo porque, apesar dos investimentos em tecnologia numa semi-intensiva para adultos , ela nunca funcionou como tal.Assim, creio ser mais adequado darmos as mãos e fazermos uma auto-crítica severa e tomar novos rumos gerenciais se quisermos recuperar estrutural e funcionalmente o tão necessário Hospital Inácia Pinto-o Hospital da Mulher, que representa uma excepcional unidade de Saúde de natureza terciária, importante para Feira de Santana e para a região. É preciso lembrar que esta unidade que hoje vive o que considero uma dramática situação funcional, atende a mais de 100 municípios pactuados que desovam os seus problemas, todos os dias, no que eu denomino Hospital Regional da Mulher. O Governo atual deseja climatizar várias sub-unidades, o que é bom, mas deve ter o cuidado de consultar especialistas em Arquitetura Hospitalar e Engenharia Clínica e deve criar o salutar e democrático hábito de discutir com os profissionais diretamente envolvidos na execução dos serviços. A democratização da Instituição traria novos ares e velhos hábitos, tendo em vista que a melhor fase desta Instituição viveu-se com o Prefeito Clailton Mascarenhas e o Presidente Paulo Jorge Ribeiro Varjão, pediatra e administrador de empresas que cultivava a prática da consulta permanente aos executores dos serviços e estimulava a retroalimentação de vivências e capacidades. Nada está perdido considerando um Orçamento estratosférico para 2011 que desautoriza tanta dificuldade para adquirir-se uma simples mesa hidráulica que custa cerca de R$20.000,00.
Governo e oposição devem buscar um consenso que se converta em benefício real para o povo feirense e da microregião.
OLDECIR MARQUES-ANESTESIOLOGISTA

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