Sindicalistas contestam dados apresentados pelo Governo Municipal
No início do seu pronunciamento na Audiência Pública desta sexta-feira (13), o professor Germano Barreto, dirigente da APLB fez uma comparação entre a abolição da escravidão, oficialmente comemorada nesta data, e as demandas dos professores da rede municipal feirense. “Hoje é o dia da libertação dos escravos, mas os professores de Feira de Santana continuam acorrentados”. Na opinião dele, de nada adianta investir em certos equipamentos para as escolas, se as condições salariais dos profissionais não forem satisfatórias. “Não adianta instalar bebedouros e lousas eletrônicas, se o trabalhador não estiver motivado”, afirmou.
O sindicalista solicitou aos vereadores presentes que conferissem o montante do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), destinado a Feira de Santana para este exercício. Em seguida, ele mesmo garantiu que houve um reajuste, em relação ao repasse anterior, de aproximadamente 26%. Valor suficiente, segundo Barreto, para garantir o reajuste solicitado pela categoria. Este recurso ao qual se referiu, deve ser utilizado exclusivamente, para remunerar os professores e manter o funcionamento regular das atividades nesta área.
Sobre o número de escolas reformadas, construídas e ampliadas e os equipamentos adquiridos na administração atual, apresentados pelo secretário de Educação, José Raimundo Pereira de Azevedo, ele disse que não passa de uma “obrigação da administração municipal fazer este tipo de investimento”. Germano afirmou também que a categoria exige a reforma do plano de carreira, “que se arrasta desde o ano passado”.
Na opinião da professora Marlede Oliveira, diretora Regional da APLB, Feira de Santana tem um dos piores salários da região e essa situação serve como referência para outras prefeituras. “Se uma cidade como a nossa, com a condição econômica que possui não paga o piso nacional, vocês acham que Tanquinho vai pagar?”. Ela também relatou algumas situações em que foi vítima de brincadeiras por parte de prefeitos de municípios que pagam melhor que Feira. “Cheguei em Mundo Novo e o prefeito fez gozação comigo, dizendo que ele paga um salário maior do que o que recebemos aqui”.
Segundo Marlede Oliveira, o Governo Municipal não concede o reajuste solicitado pela categoria por que a folha salarial foi inchada, para atender interesses políticos. “Isso é barganha política eleitoral. Queremos ver a folha salarial”, concluiu. A professora Indiacira Boaventura, que também faz parte da direção da APLB, além de contestar os dados apresentados pelo secretário José Raimundo, pediu que ele explicasse por que na época em que exerceu o mandato de prefeito, entre 1994 e 1996, conseguia pagar salários melhores do que os atuais. “Como o senhor conseguia, se naquela época a arrecadação era menor do que a de hoje?”. Na opinião de Indiacira, falta entendimento entre o secretário de Educação e o prefeito Tarcízio Pimenta.
Ela ainda reclamou da contratação excessiva de estagiários. Fato que considera como responsável pelas baixas notas conferidas a Feira de Santana no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Eles não tem competência para assumir nossas funções e por isso as nossas notas são ridículas”, desabafou.
Na assembleia realizada na tarde da quita-feira (12), os professores decidiram manter a mobilização e o “estado de greve”, mas, não vão suspender as atividades enquanto as negociações com o Governo Municipal estiverem abertas. No começo da próxima semana haverá uma nova reunião com os representantes do professorado e os membros da administração.
ASCOM/PONDÉ
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