"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"Quando assumimos a prefeitura em 2001, Feira não tinha nenhum programa da saúde da família. Em oito anos quando saímos deixamos 83 Unidades de Saúde da Família em pleno funcionamento"



Biaggio Talento - O que os partidos da oposição podem fazer nessa eleição municipal que dê alguma perspectiva de apresentar um candidato competitivo na sucessão do governador Jaques Wagner em 2014?
Hoje se respira uma coisa diferente, nas oposições, do que um dois anos atrás. Hoje existe um diálogo entre partidos políticos e políticos que até o ano passado não era fácil, não acontecia com a freqüência de agora. E a gente sente amadurecimento e seriedade nessa conversa que proporciona entendimentos em vários municípios. Assim, se num município tal um candidato é melhor do PMDB, a tendência é apoiar esse candidato, num município B, se o candidato melhor é do PSDB, é ele o apoiado; se no município C o nome é do DEM, vamos para ele. É isso que eu estou sentindo nas conversas das oposições. Agora eu sempre costumo dizer que quando um candidato é eleito, ele tem que governar com o povo, ou seja, se foi eleito precisa conviver com todas as autoridades na defesa de sua causa administrativa.
Biaggio Talento - O senhor acha que os programas sociais, como o Bolsa Família, ainda são os principais cabos eleitorais dos partidos do governo?
José Ronaldo – Inegavelmente os programas sociais contribuíram especialmente na eleição de presidente da República no Nordeste, não há como esconder isso. Até na eleição de governador influencia, mas na de prefeito acredito que não, pois se trata de um pleito localizado, mesmo porque todos esses programas sociais são executados no município, com a participação efetiva das prefeituras (para o cadastramento das famílias, por exemplo). Nós fizemos isso com irrestrito apoio. Todos os programas federais que nós pleiteamos, em Brasília, foram aprovados e implantados. Dois exemplos que posso dar: na área da saúde. Quando assumimos a prefeitura em 2001, Feira não tinha nenhum programa da saúde da família. Em oito anos quando saímos deixamos 83 Unidades de Saúde da Família. Veja em Salvador, se não me falha a memória, tem 55 equipes. O número de Caps (Centros de Atenção Psicossocial) em Feira de Santana é semelhante a o número da capital baiana. Outro exemplo prático, de projeto feito nesse caso em recursos federais, são as Policlínicas 24 horas (que o governo federal criou posteriormente e chamou de UPA- Unidade de Pronto Atendimento). São cinco unidades que funcionam até hoje exclusivamente com recursos municipais. Acho que são grandes conquistas que mostram a sintonia municipal/ estadual/federal. Essas policlínicas instalamos pensando em dar um suporte melhor na saúde para melhorar, desafogar a questão do atendimento, crucial de Feira de Santana, que é o Hospital Regional Clériston Andrade, que atende uma demanda de muitos municípios.
Biaggio Talento - O governador Jaques Wagner deve estar no palanque do deputado Zé Neto em 2012. Ou seja, vai lutar pela eleição do seu candidato. O senhor espera o uso da máquina em favor do candidato do PT?
José Ronaldo – Em 2008, como governador, Wagner fez a campanha política, defendeu o candidato do PT.Não só ele falou no programa político do PT, como o presidente Lula, como a então ministra Dilma Rousseff. Deverá o governador proceder da mesma forma, não imagino nada diferente. Dentro do espírito democrático não vejo nada de mais. O que não pode haver é agressão nem o uso da máquina pública. Na eleição passada não ocorreu, tanto que não houve nenhum processo de uso da máquina na eleição. Na verdade houve uma ação pelo fato de eu gravar um programa em cima de um viaduto que construímos, mas isso foi arquivado pela Justiça Eleitoral, que entendeu que não era uso de máquina. E eu entendo também. Ora, se um cidadão está no governo e não pode mostrar os trabalhos que realizou como pode ser candidato à reeleição?
Biaggio Talento – Esse espírito novo, que o senhor identifica nas oposições baianas, será capaz de superar a vaidade dos políticos que resistem em abrir mão de sua própria candidatura em favor de um aliado? Isso não seria até por sobrevivência já que a oposição passa por um momento ruim?
José Ronaldo – Na verdade, a vaidade humana existe em tudo na vida, agora eu acho que na hora que você deseja buscar a vitória, uma renovação no mundo político, no momento que está havendo um diálogo, acredito que tudo isso, evidentemente, passa pelo princípio onde a vaidade de alguém pode ser maior que a busca de uma vitória. Claro que existem dificuldades. Todo mundo sabe que há um número muito grande de pessoas que se filiaram em partidos vinculados ao governo, o que não é novidade, já aconteceu em outros períodos. Mas o mundo político é muito dinâmico. Sinceramente, acho que há um caminho novo e, como se busca o diálogo,o processo político é muito bom e inserido na renovação que está acontecendo na Bahia.
FONTE:A TARDE

Nenhum comentário:

Postar um comentário