"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

sábado, 7 de maio de 2011

ESTADO DEMOCRÁTICO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

Para continuar a distribuir renda

Posted: 06 May 2011 11:40 PM PDT

Emiliano José, CartaCapital

“A vitória de um projeto político, o da revolução democrática, que segue seu curso desde o início de 2003, quando Lula tomou posse, leva à necessidade de uma compreensão do papel da política para o desenvolvimento. Ou dito de outra forma, o desenvolvimento econômico pode ser de variada natureza, e depende essencialmente das variáveis políticas. Não fosse a vitória de Lula em 2002, e o Brasil seria outro, e muito pior. Ao menos para o povo brasileiro.

Tenho dito com insistência que nós ainda não dominamos, como é natural, o intenso processo de mudanças que o Brasil está experimentando. É muito mais profundo do que a nossa vista pode alcançar. Até porque é muito difícil apreender as coisas em sua perspectiva histórica com os olhos do presente. Mas, tenho insistido na importância de procurarmos os dados que nos deem algumas pistas do que verdadeiramente está ocorrendo como decorrência das políticas de governo. É o esforço desse texto.

A renda per capita média brasileira subiu quase 24% em termos reais entre 2001 e 2009, claro que em decorrência, sobretudo, da nova fase de desenvolvimento experimentada sob os dois mandatos do presidente Lula. Renda média, no entanto, tem que ser decifrada. Quem ganhou mais nessa fase? É uma pergunta feita pelo economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e professor da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Neri.

Em artigo publicado em A Tarde (10/4/2011), Neri informa que a renda dos 10% mais pobres subiu mais de 69% no período. Isso é que explica a explosão positiva do consumo dos pobres, evidencia o surgimento de uma nova classe média, a superlotação dos aeroportos, a aglomeração dos shoppings, a expansão do comércio em todas as frentes. Esse ganho cai, e eis um dado extremamente positivo, quando a renda aumenta. E digo positivo porque significa que está havendo alguma distribuição de renda.

Assim, o ganho dos 10% mais ricos foi de 12,8%, bem abaixo do ganho dos mais pobres e mais próximo da média. Agora, é importante procurar elementos que nos confrontem com a desigualdade profunda que nos atormenta, e o professor Neri também trabalha com esses dados. Se considerarmos gênero, a renda das mulheres subiu quase 38%. A dos homens, pouco mais de 16%. Ponto para elas, que antes sempre viam a renda deles subir mais. E olhemos para os classificados como pretos e pardos: a renda dos primeiros sobe em torno de 43% e a dos segundos, mais de 48%.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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