"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

FETOS MACROSSÔMICOS-I


QUANDO DEFINIR UM FETO COMO MACROSSÔMICO?

O feto macrossômico é um termo utilizado para definir um feto
grande, mais precisamente aquele cujo peso é superior a 4.000g. Entretanto esta definição não é muito boa para classificar os fetos com baixa idade gestacional (digamos 30 ou 32 semanas) e que estão muito grandes, pois nesta idade mesmo um feto com peso extremamente elevado dificilmente chega a 4.000g.

Para tentar resolver este problema, utilizamos com maior freqüência a definição de Grande para a Idade Gestacional, que significa um feto que está acima do percentil 90 do peso para a sua idade gestacional. Estar acima do percentil 90 para a idade gestacional significa que 90% da população normal tem peso menor do que o do feto em questão; ou seja, não é comum termos um feto com tanto peso.

Este peso exagerado não significa necessariamente doença pois cerca de 10% da população normal está acima do percentil 90. Entretanto o médico sempre deverá ter uma atenção especial com os fetos muito grandes ou muito pequenos pois os extremos de peso podem estar associados com algum problema ou doença. Entretanto é importante ressaltar que na maioria das vezes estes indivíduos são normais e não tem nenhuma doença.

Habitualmente o crescimento fetal está predeterminado genéticamente, entretanto durante a gravidez alguns fatores podem favorecer o crescimento fetal ou inibí-lo. A mãe sofre uma série de modificações metabólicas e vasculares para adaptar-se à gestação, inclusive ocorrendo a liberação de hormônios que predispõem à diabetes. Isto causa um aumento da glicemia materna e consequêntemente um aporte maior de glicose para o feto. Lembre que a glicose é um açúcar e no feto esta glicose irá promover o ganho de peso e aumentará a sereção de insulina pelo pâncreas fetal. No feto, diferentemente do adulto, a insulina é um hormônio cuja atuação provoca o crescimento e ganho de peso. E assim, o feto da mãe diabética tem geralmente um peso acima do encontrado nos fetos das mães não diabéticas.

Os fatores de risco para a macrossomia fetal são: obesidade materna, diabetes, história prévia de fetos macrossomicos, gravidez prolongada, ganho de peso materno excessivo durante a gestação, multiparidade e idade materna avançada.

Este incremento do crescimento fetal tem um impacto importante no desfecho da gestação. Os fetos muito grandes tem maior risco de complicações por partos distócicos ou traumáticos.

Nos filhos de mães diabéticas também aumenta a incidência de hipóxia perinatal, aspiração meconial, hipoglicemia neonatal e outras complicações metabólicas(
Rafael Frederico Bruns).

Eu desejo , com estes vídeos , chamar a atenção para a necessidade imperiosa de um pré-natal bem feito.Sei que há muitos profissionais melhor habilitados que eu para dar este tipo de conselho, que já o fizeram e ainda o fazem, à exaustão. Sei, entretanto, que muitas vidas preciosas e muitos sonhos se desfazem porque orientações simples de uma consulta pré-natal não são seguidas ou, por falência do sistema de saúde ,ou porque muitas mães não são devidamente orientadas.O Governo Dilma acaba de criar o programa de distribuição de medicamentos para combate à hipertensão e ao diabetes, dois grandes complicadores da saúde materna e fetal e,se os prénatais e PSF's, gerenciados pelas prefeituras municipais cumprirem adequadamente o seu papel , teremos redução acentuada das consequências danosas destas patologias.
Apelamos , quase sempre para cesareanas para resolver estas situações clínicas. Entretanto, a nossa clientela é de origem multipla, desde setores de classe média , bem orientados a camponesas com complicações graves como eclampsismo e diabetes.Intervenções cirúrgicas são necessárias , na nossa vivência, com fetos acima de 4.500 g. A ultrassonografia tornou-se o método preferencial para seu diagnóstico. Épreciso não esquecer que a avaliação do paciente por um tocoginecologista é imprescíndivel . Veja os meus filmes e entenda porque eu gosto tanto do Hospital da Mulher. Já enfrentei 7 prefeitos e nehum deles vai apagar a minha ligação visceral com a sua história. Uma história construida com trabalho e muita dedicação e dignidade. Lamento que as suas áreas de circulação estejam tão encardidas e que as suas mesas cirúrgicas estejam impróprias para uso. Apesar de tudo isto, continuamos salvando e prolongando vidas, continuamos improvisando CTI's e continuamos improvisando semi-intensivas em decorrência de superlotação,falências do sistema de saúde e erros de gestão.
Oldecir Marques

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