22/03/2010 às 07:25
Estudo revela que rios de Salvador têm baixa qualidade ambiental
Maiza de Andrade | A TARDE
A primeira lição dos calouros de engenharia sanitária e ambiental da Universidade Federal da Bahia (Ufba), deste ano, foi a de reconhecer que há rios em Salvador. Na sua primeira aula com a turma, o professor Luiz Roberto Santos Moraes espantou-se ao ver que eles não sabiam dizer o nome de nenhum rio da cidade. 'Isso é porque, na compreensão deles, não há rios e sim, esgotos. Não é esgoto, não. É rio', lembra o professor titular, doutor em saneamento ambiental. A ideia de que não há rios e sim esgotos correndo para o mar é reforçada pelo fato de que os principais cursos d´água de Salvador apresentam baixa qualidade ambiental. É o que revelou a pesquisa Qualidade Ambiental das Águas e da Vida Urbana em Salvador realizada pelo Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social - Ciags, da Escola de Administração da Ufba com recursos de R$ 97 mil do CNPq. Coordenada pela socióloga Elizabete Santos, a pesquisa ganhou a forma de um rico almanaque que será lançado nesta segunda-feira, no salão nobre da reitoria da Ufba, no Canela às 9h. A pesquisa, que durou três anos, produziu um amplo monitoramento da qualidade da água dos rios e organizou as informações sobre as 12 bacias hidrográficas do município. Outra contribuição da pesquisa foi a proposta de uma nova delimitação do espaço urbano que eleva para 160 (atualmente são 60) o número de bairros, fruto de 71 reuniões com comunidades e da aplicação de 21.175 questionários. O estudo aponta que, “apesar dos esforços em implantação de um sistema de esgotamento sanitário em Salvador e sua região, o comprometimento dos nossos rios ou o que deles restou, resulta do lançamento de águas servidas, ou seja, da incompleta implantação da rede coletora de esgotamento sanitário na cidade”. De acordo com os dados do monitoramento, nenhum dos 12 principais rios da cidade apresentou Índice de Qualidade Ambiental (IQA) ótimo. Somente os rios Cobre e o Ipitanga atingiram o índice regular e bom. Para o professor Moraes, não adianta investir somente em estrutura física, ou seja na implantação da rede. 'Se o cidadão não for convencido para ligar seu esgoto à rede, o problema vai continuar sempre', observa. 'Nossos rios e fontes estão sendo degradados pela ocupação e uso do solo desordenados, pela não-implantação integral, em pleno século XXI, de um sistema de esgotamento sanitário que atenda a todas as áreas urbana e camadas sociais', conclui a pesquisa.
Fiz absoluta questão de reproduzir esta matéria, extremamente feliz e oportuna , para chamar a atenção das autoridades municipais sôbre a necessidade de realização de estudo semelhante no nosso município.Surfando em atitudes inovadoras e avançadas como Banda Larga para Todos e Saúde Digital(poderosa arma de gestão) nada como financiar, com a ajuda da iniciativa privada, um levantamento completo da situação de nossas reservas hidrológicas. Quantos rios feirenses são , hoje, transformados em esgotos a céu aberto? Financiar e assumir atitudes de defesa e preservação do meio ambiente, para não reeditar erros e omissões de governos passados que inauguraram amplas e belas avenidas sem esgotamento sanitário ou sequer pluvial, a exemplo da Avenida Francisco Fraga Maia/Feira. A foto inserida à direita, mostra um riacho, rio, esgoto a céu aberto,coletor de água de chuvas, esgotos domésticos e outros detritos, em plena Avenida F. Maia, com suas seis pistas asfálticas e belos viadutos, entretanto , sem esgotamento sanitário ou pluvial. Não seria interessante revisitar o local, checar a enorme quantidade de entulho e lixo que está sendo jogado na sua proximidade e, quem sabe, defender a construção de um grande canal de drenagem associado à despoluição desde rio/esgoto? oldecir
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