"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

segunda-feira, 22 de março de 2010

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Cientistas chegam perto da regeneração de órgãos a partir de células-tronco

Profissionais de três instituições trabalham para reparar danos no coração com a ação de 'tiras' de células pluripotentes


Foto: Ibrahim Domian / Harvard
A modificação genética do embrião do camundongo permitiu a codificação por cores de diferentes partes do coração com o verde, vermelho e amarelo
A modificação genética do embrião do camundongo permitiu a codificação por cores de diferentes partes do coração com o verde, vermelho e amarelo

Uma equipe formada por profissionais do Harvard Stem Cell Institute (HSCI), Massachusetts General Hospital (MGH) e da Escola de engenharia de Harvard (MARES na sigla em inglês) deu um passo gigantesco em direção a possibilidade de usar células-tronco humanas para reparar lesões cardíacas.

Os pesquisadores liderados por Kenneth Chien, testaram em camundongos, uma nova terapia para reparar lesões no coração a partir de " pequenas tiras" de células-tronco. "Este é o começo do processo que um dia vai possibilitar a criação de partes do coração para tratar doenças cardíacas", disse Chien.

O novo trabalho, publicado na revista Science, levanta a possibilidade de usar células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), extrair uma célula da pele de um paciente com doença cardíaca e de utilizá-la na criação de músculos e de tecidos a fim de reparar o coração doente. O procedimento, evitaria a necessidade de suprimir o sistema imunológico e a possibilidade de rejeição, uma questão importante no transplante de órgãos.

"Este é um um achado raro, encontrar células cardiomiogênicas a partir de células-tronco embrionárias, que podem se proliferar e ser potencialmente terapêuticas", explica Chien. "A beleza do sistema que nossa equipe desenvolveu refere-se à uma população quase pura das células, exatamente, as células do ventrículo esquerdo do coração, que estamos tentando substituir no órgão danificado".

O grupo têm manipulado essas populações muito raras de células progenitoras musculares que foram isoladas. Parker, cujo laboratório desenvolveu a tecnologia que produz uma faixa de células do músculo cardíaco, disse que "a tentativa foi de desenvolver uma nova terapia com células-agnósticas, que podem trabalhar com as células progenitoras cardíacas ou qualquer outra classe de células-tronco. Esta técnica não se limita a células cardíacas", revelou.

Esse foi o primeiro relato sobre a identificação de uma célula que poderia ser vista como um tipo de célula ideal para promover a regeneração do músculo cardíaco. "Temos agora os tipos de célula exatas para fazer a reparação no órgão", disse Ibrahim Domian, autor principal do estudo.

"De uma forma ou de outra, temos de chegar ao músculo, que tem três dimensões e é composto por várias camadas de células. A coisa surpreendente é que essa 'tira' de células potentes só necessitam ter sua espessura ampliada para ganhar força" .

Conforme o pesquisador, existem apenas duas maneiras de fazer isso: contar com a engenharia de tecidos para produzir uma faixa como essa, ou encontrar uma maneira de usar a arquitetura natural do coração, para regenerar o músculo. " Agora estamos trabalhando duro em nosso laboratório para ver como vamos produzir uma tira mais grossa".

Há uma série de abordagens para resolver o problema, disse Chien. Uma delas é a incorporação das células em um gel, que poderia ser aplicado no músculo danificado. Outra seria a de injetar as células no tecido danificado, esperando que elas se proliferem e criem novos músculos. Na opinião Chien, a nova tecnologia para a 'entrega' da célula será necessária em qualquer das hipóteses levantadas.

"Agora estamos realmente no cerne do próximo nível de desafio em termos de medicina regenerativa", disse Chien. "Eu acho que estamos nos movendo muito rapidamente e as células-tronco são o melhor caminho para avançar na medicina regenerativa".Podcast

FONTE: UNIVERSIDADE DE HARVARD

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