"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ALOÍSIO RESENDE,O POETA DOS CANDOMBLÉS


Bel Pires lança livro sobre poeta feirense Aloísio Resende


Na próxima terça-feira (29), o professor e historiador Bel Pires lança o livro “Aloísio Resende, poeta dos candomblés: história das populações negras em Feira de Santana”. O evento será realizado no Museu de Arte Contemporânea (MAC), a partir das 20 horas.


A obra contou com patrocínio cultural da Prefeitura de Feira de Santana e o apoio do grupo de pesquisa Populações Negras: Pesquisa e Extensão, da Uneb/CNPq e foi produzida com a colaboração do artista visual Gabriel da Silva Ferreira e do mestre em Literatura e Diversidade Cultural Denílson Lima Santos.


Neste livro são abordados aspectos relativos a ancestralidade e a produção e atuação do poeta e escritor negro Aloísio Resende, ferrenho defensor do candomblé e das manifestações da religiosidade afro brasileira, que morreu em 1941.


Sobre o autor


Bel Pires é professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Campus de Itaberaba, mestre de capoeira angola e doutor em estudos étnicos africanos pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).


Ele á autor dos livros “No tempo dos valentes: os capoeiras na cidade da Bahia”, pela editora Quarteto (2005) e de “Capoeira, identidade e gênero: ensaios sobre a história social da capoeira no Brasil” publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia – Edufba (2009).

Elsimar Pondé


Um comentário:

  1. Caríssimos,

    Li ontem o livro “Aloísio Resende: poeta dos candomblés”, de meu amigo o professor Josivaldo “Bel” Pires de Oliveira traz o que de melhor um ensaio historio pode nos proporcionar, e nos livra do que a grande maioria dos textos de seus colegas de ofício costuma nos impor: uma narrativa enfadonha, sem ritmo ou clímax, repleta de detalhismos que muito mais atrapalham do que ajudam ao seu despretensioso leitor. O livro do professor Bel Pires é diferente: ele apresenta um corte muito bem feito, objetivo, claro e bastante “prático” em sua análise e em nenhum momento obriga o seu leitor a desviar o olhar cansado de seu texto ou se desesperar em busca de um dicionário que lhe salve da total inaptidão com certos termos técnicos.

    Como se não bastasse, Bel nos apresenta a um Aloísio Resende engajado, preocupado com muitas de suas questões sociais de seu tempo, um poeta que, ao contrário do que lhe seria conveniente em épocas de Belle Époque, não se aceita trancafiar em uma torre de marfim mito-poético como fazia grande maioria dos bardos daquele tempo. Aloísio foi um combatente ferrenho de injustiças e preconceitos, além de se mostrar um exímio conhecedor dos aspectos sócio-culturais tanto que diziam respeito ao seu mundo de homem de Letras, quanto de homem, negro, sujeito, entre outras coisas, aos estereótipos que muito facilmente poderia sofrer.

    É preciso dizer,no entanto, que o livro peca em duas coisas, ao meu ver, quase imperdoáveis: a escandalosa falta de um revisor que evitasse certos deslizes inconvenientes tanto na gramática quanto na estética gráfica do livro e a falta de uma pequena antologia que deixasse o leitor mais à vontade com o objeto ali analisado... sente-se aquele gosto de água na boca toda vez que lemos os trechos do poema mas não o temos em seu todo para uma apreciação livre das interferências analíticas que todo bom poema merece.
    Mas, se o livro apresenta estes dois pequenos defeitos, ele nos presenteia com dois grandes tesouros: primeiro duas crônicas do próprio poeta resgatadas pelo organizador do livro, do escaninho empoado da memória jornalística feirense,ou melhor, do jornal “Folha do Norte” e a segunda as belas telas do artista plástico Gabriel Ferreira que tornam o livro ainda mais vivo e poético por assim dizer.
    Por fim, o professor Josivaldo “Bel” Pires de Oliveira, com este livro, não só nos mostra o quanto que é um profundo conhecedor da matéria que escolheu para dialogar, como é um dos homens mais inteligentes e apaixonados, principalmente pelo que fala e faz, que conheço.

    Silvério Duque

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