Desemprego cai a 7,4%, menor do ano
Taxa é a menor para novembros da série histórica iniciada em 2002; renda média cai na comparação com outubro
Jacqueline Farid
A taxa de desemprego apurada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País recuou para 7,4% em novembro, a menor taxa para o mês da série histórica iniciada em 2002 e a menor do ano. Para o instituto, o resultado mostra uma "estabilidade" em relação ao índice de outubro, de 7,5%. O gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azeredo, avalia que ainda há reflexos da crise no mercado de trabalho, mas com tendência de aumento da ocupação e queda na desocupação.
Faltando apenas os dados de dezembro para o fechamento da pesquisa de emprego de 2009, Azeredo considera que o principal efeito da crise sobre o mercado de trabalho foi "uma desaceleração do forte crescimento do emprego e da qualidade do emprego que ocorreu em 2008". Segundo ele, para dissipar os efeitos da crise "leva um tempo, desfazer postos é mais rápido do que recompor". Ainda de acordo com Azeredo, o bom desempenho de 2008 acabou tornando mais brandos os efeitos da crise. "Como vínhamos de uma situação muito confortável, não houve efeito muito forte da crise no mercado de trabalho, mas houve desaceleração no crescimento do emprego", explica.
Azeredo lembra que, antes do início dos efeitos da crise na economia brasileira, no fim do ano passado, a expectativa era de continuidade, em 2009, do ritmo de avanços ocorridos em 2008 no emprego e na formalidade.
Ainda segundo ele, a principal ilustração das perdas que ocorreram com a crise está no nível de ocupação (porcentual de ocupados na população com de 10 anos ou mais de idade), que passou, no que diz respeito à média do período de janeiro a novembro, de 52,4% em 2008 para 52,0% em 2009. "Essa queda não é favorável, é um dos efeitos da crise, essa diferença de 0,4 (ponto porcentual) é expressiva", disse.
De qualquer modo, gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE considera positivos os resultados do levantamento em novembro. "Apesar da estabilidade, a geração de 98 mil postos de um mês para o outro e a redução de 40 mil desocupados mostra números muito interessantes", avalia.
O analista da Tendências Consultoria, Bernardo Wjuniski acredita que a taxa de desemprego terá uma "queda expressiva" em dezembro, para 6,6%.
Se a projeção for confirmada, será a menor taxa da série histórica iniciada em 2002, superando o recorde de dezembro do ano passado, quando foi de 6,8%.
"No último mês do ano, é sazonal ocorrer saída de pessoas da força de trabalho por conta das poucas oportunidades de contratação no mês. Dessa forma, com a base mais baixa, a taxa de desemprego em dezembro deve cair, fazendo com que a taxa média de 2009 fique em 8,1%, acima da taxa média de 2008 que foi de 7,9%", estima Wjuniski.
Os dados divulgados pelo IBGE revelam também que em novembro a população desocupada somou 1,7 milhão, contra 21,6 milhões de ocupados. O número de pessoas com carteira assinada chegou a 9,6 milhões no período.
No que diz respeito ao rendimento dos trabalhadores, Cimar Azeredo destacou que a renda média real de R$ 1.353,60 apurada em novembro de 2009 é a maior, para um mês de novembro, desde o início da série.
Apesar do melhor resultado para meses de novembro, a renda caiu 0,1% na comparação com outubro, mas manteve aumento (2,2%) em relação a novembro do ano passado.
Ainda segundo Azeredo, na média de janeiro a novembro, a renda média chega a R$ 1.347,83 em 2009, com crescimento de 3,4% em relação a igual período do ano passado. "Há um forte efeito do salário mínimo nesse crescimento. Não é possível dizer que a crise não afetou a renda, porque não dá para saber de quanto seria o aumento se não houvesse a crise", afirmou.
Fonte Estado de São Paulo.
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