“Não basta ser inteligente, é preciso ter caráter”
B. Grácian
Sempre compreendi o ato de fazer jornalismo como a forma mais coerente e normal de apresentar os fatos da sociedade como realmente eles são. O contrário disso, não pode ser considerado em hipótese alguma jornalismo. No mínimo o ato de formar opinião com mentiras é um ato criminoso, que deveria ser investigado e punido de conformidade com a lei. Bem que, no máximo pode até ser considerado como o ato puro e simples de fazer política em nome de pequenos grupos de interesses conservadores da sociedade, no sentido mais estrito da palavra. Porque também não considero que haja jornalista que seja totalmente independente, pois todos eles trabalham para tablóides que são naturalmente também comerciais ou políticos.
O que estou fazendo nesse exato momento em que escrevo este texto, tenho certeza absoluta que não é crime, não é política, mas é sim um pouco de jornalismo crítico em relação ao próprio jornalismo feito por indivíduos que são empregados e assalariados normais, como qualquer outro trabalhador brasileiro que recebe naturalmente ordens, e portanto são delegados para tanto. É denúncia mesmo contra o mau jornalismo, aquele de araque e de interesses de uma pequena minoria conservadora desse país!
Na prática o discurso oficial de alguns meios de comunicação hoje no Brasil, principalmente aquele feito nos finais de semana, é que quando se faz qualquer tipo de denúncia com premissas falsas e mentirosas, isso é jornalismo. Quando se discute a democratização dos meios de comunicação, bem como o mínimo de regulação, isso é autoritarismo de Estado. Ora, mentir pode em nome da política para os poucos, mas fazer valer a verdade é coisa de ditadores. Pelo amor de Deus...!
O mau jornalismo do denuncismo pelo denuncismo deveria avaliar melhor seu papel e sua responsabilidade como agente de informação e comunicação social dos fatos sociais. O ente mais atingido hoje não é o Governo, mas sim o Estado que sempre paralisa para que algum de seus membros tenha que dá explicações, que muitas vezes não se revestem da verdade. E em muitos dos casos não se tem nem mesmo tempo para explicações, porque já surge outra denúncia. Ou seja, é mais importante ocupar as mentes com denúncias sensacionalistas do que com a informação propriamente dita daquilo que de fato interessa ao povo brasileiro.
Vejam o que está acontecendo com um dos tablóides que já foi um mais lidos da Argentina, o “Clarín”. Está indo para a bancarrota e para o descrédito da sociedade argentina pelo simples fato de somente fazer política contra a Cristina. Foi mais de 350 capas sensacionalistas contra um Governo, que sempre teve aprovação da maioria do povo, um fato normal em qualquer democracia. Perdeu a oportunidade nos últimos anos de no mínimo demonstrar também o lado positivo do Governo Argentino, para demonizar em todos os momentos o papel do Governo. Justamente por praticar tanto tempo o mau jornalismo, talvez o povo daquele país deu uma resposta à altura. O povo deu uma resposta de grande valor simbólico, elegeu Cristina de um modo esmagador nas últimas eleições presidenciais. Tenha pena gente...!
Agora ficamos do lado de cá nós como se fôssemos fracos, obedientes à informações das sete grandes famílias brasileiras que coordenam o setor midiático, os grandes sábios formadores de opinião no Brasil. Até quando?
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