SALVADOR E O CAOS
O prefeito João Henrique não está mais em condições de procrastinar decisões para tentar conter a crise administrativa e política que desmantela a sua gestão. Já não sabe mais o que fazer. O prefeito deixou esvair a sua autoridade, ao abusar de mudanças do seu secretariado incerto.
Perdeu, esta é a verdade, a capacidade de escolher gestores para as secretarias. Gestores que tenham capacidade de resolver.
A pergunta que se faz é de que maneira agir, na medida em que as crises administrativas e políticas desaguaram em demissões em massa de secretários.
Nesse processo, o prefeito permitiu que a sua autoridade se esvaísse, ao abusar de mudanças incertas desde que iniciou a sua gestão à frente da Prefeitura de Salvador. Ele é, por natureza, titubeante.
Falta-lhe a capacidade de ações consistentes, firmes, de modo a dar à sua administração um roteiro, uma linha para que possa facilitar tomada de decisão. A sua situação é ingrata. A verdade é que ele perdeu a capacidade de escolher gestores que tenham efetivas condições de solucionar os graves problemas da cidade. Ele necessita ter ao seu lado dois quadros cada um comum a responsabilidade, política e de gestão, para estar respaldado nos caminhos a tomar. No momento, quem tem competência, formação, não aceita ser secretário de João,embora seja um homem educado, desprovido de explosões temperamentais.
Não adianta preencher cargos com figuras menores, que estejam à caça de emprego, e certamente com volúpia no erário já rapado.
O governo municipal se transformou num amontoado de pessoas desconhecidas que compõem uma ciranda de alta rotatividade, mas sem norte, sem rota. Eleito pelo PDT na primeira gestão, na segunda foi o PMDB que o escorou. Pela sua administração, passaram petistas, tucanos, socialistas, peemedebistas.
Agora resta ao prefeito a cobiça dos nanicos. A Câmara Municipal virou uma incógnita.
Ninguém sabe que força ele representa no colegiado, embora tenha como presidente um aliado sério, o vereador Pedro Godinho.
Enfim, Salvador é uma cidade sem sorte. O último grande prefeito foi Mário Kertész (no primeiro mandato), Manoel Castro chegou a anunciar a falência do município; Fernando José construiu o caos; Lídice da Mata enfrentou uma oposição tenaz; e Antônio Imbassahy conseguiu alguma coisa porque tinha o governo do Estado como aliado. É isso aí.
SAMUEL CELESTINO
FONTE: BAHIA NOTÍCIAS
O inteligente , brilhante e pré-claro jornalista, escreve com perfeição e analisa de forma objetiva e desapaixonada a catástrofe política e gerencial que tem sido a gestão João Henrique.Há semelhanças com diversas gestões de outros municípios da Bahia . Assim, temos que admitir a face profética e quase científica do jornalismo sério. Chamou-me a atenção, dentre outras observações , a constatação do quadro de insegurança e incertezas em que mergulha a gestão desastrosa do Alcaide soteropolitano. Não tem mais secretários confiáveis e já não conta com apoio claro e seguro na Câmara de Vereadores. Voltaria a ter o apoio do Governador Wagner?Ser ou não ser. Eis a questão!
OLDECIR MARQUES
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