"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O JORNALISMO DO SÉCULO XXI




Posted: 28 Dec 2010 07:22 PM PST

Dal Marcondes, da Envolverde

Uma pergunta recorrente nas rodas de profissionais de comunicação é “que jornalismo precisamos para o século XXI?” Existem muitas divergências sobre o papel do jornalismo, mas o olhar sob o ponto de vista histórico mostra que a informação transformada em notícia, o fato desvendado em reportagem e a opinião estampada nas páginas dos jornais tem um papel determinante nas transformações que as sociedades vivem ao longo das décadas.

Os meios se transformam, se modernizam, ganham agilidade e capacidade de mostrar a notícia em todo esplendor, com cores, movimentos, sons e textos. Mas, por trás da notícia está um conceito, ou melhor, uma profissão, o jornalismo. O desenvolvimento de uma sociedade está intimamente ligado à qualidade do jornalismo que ela produz, que ela lê, que ela financia. Nestes últimos dias de 2010 foi manchete na Folha de S. Paulo que o governo pulverizou sua verba de publicidade entre 8,094 veículos de comunicação, contra apenas 499 privilegiados que recebiam toda a publicidade oficial até 2002. De 182 cidades que recebiam dinheiro para manter seu jornalismo, a verba de R$ 2,3 bilhões por ano foi dividida por 2.733 municípios. Claro, esta não é toda a verba de publicidade do mercado brasileiro, mas certamente é uma fatia significativa.

Esta democratização das verbas de publicidade está permitindo que mais veículos de comunicação possam fazer a si mesmos a pergunta sobre o tipo de jornalismo que a sociedade onde estão inseridos precisa. Quando se fala em democratização da comunicação não necessariamente se está falando na criação de mais veículos vinculados ao Estado, mas sim à oferta de recursos para que o empreendedorismo floresça entre as empresas que produzem jornalismo, em emissoras de rádio e TV, jornais, sites de internet e qualquer meio que ainda venha a ser inventado para veicular notícias, reportagens e opinião. Mesmo esta entidade à qual chamam de “mercado” vai acabar percebendo que alimentar o pluralismo da mídia e irrigar cada vez mais veículos com suas verbas de publicidade é “bom para os negócios”.

Sociedades modernas, inovadoras, capazes de estimular o empreendedorismo em suas formas mais dinâmicas precisam de jornalismo de qualidade, capaz de oferecer alternativas e desvendar caminhos, assim como apontar o dedo para suas feridas mais recônditas. Jornalismo é isso, contar as histórias que movem as pessoas, as mesmas pessoas que atuam nas escolas, nas empresas e nos governos, e que precisam ter um olhar abrangente sobre a realidade. O jornalismo que precisamos não é muito diferente do jornalismo que combateu as ditaduras do século XX, nem é distinto do jornalismo que aprendeu a lidar com os problemas complexos da economia inflacionária dos primeiros governos eleitos no Brasil. Certamente os meios são muitos e diferentes, mas o jornalismo não, deve ser exercido cotidianamente com os olhos voltados para a sociedade à qual serve.”
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