Líder do PSDB: "Vamos descer o cacete no governo, e é para feder"
Posted: 22 Dec 2010 08:43 PM PST
Marcela Rocha, Terra Magazine
“A oposição formalizou, na manhã desta quarta-feira (22), apoio ao candidato petista à presidência da Câmara dos Deputados, Marco Maia. O PSDB e DEM acordaram também com a base governista sobre a composição da Mesa, que será feita sob os critérios da proporcionalidade. Em entrevista a Terra Magazine, o líder tucano na Casa, João Almeida (BA), admite que seu partido e aliados não têm força para sustentar uma candidatura e garante: "Nós vamos descer o cacete no governo, e é para feder".
- O PSDB é construtor de instituições. Por isso é que estamos defendendo a autonomia do Legislativo. Também queremos evitar a intromissão do Executivo aqui, evitar que os deputados fiquem presos. Não queremos lambança para melhorar a fisiologia de um partido ou de outro. A lambança não serve para engrandecer e nem é a favor do povo - justificou.
A reunião contou com a participação dos líderes do DEM, Paulo Bornhausen (SC); do PSDB, João Almeida (BA); do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN); do PT, Cândido Vaccarezza (SP); do PTB, Jovair Arantes (GO); do vice-líder do PSC, Carlos Eduardo Cadoca; do vice-líder do PR, Lincoln Portela (MG), além de deputados de outros partidos como o PP.
Terra Magazine - Qual fatia do bolo da Câmara ficará para a oposição?
João Almeida - Nós sempre defendemos a manutenção do critério da proporcionalidade. Por isso temos nos reunido com os demais partidos. A proporcionalidade é algo que já está estabelecido e projeta o resultado da urna. Nós temos que nos conformar. Nesta reunião de hoje, conversamos sobre a composição da mesa e as condições. O PSDB terá uma posição na Mesa e duas posições em comissões, assim como o DEM.
O senhor afirmou que a oposição tem que se conformar. A oposição está conformista?
Não há conformismo. Mas isto é o melhor que podemos conseguir. Se nos metermos em baralhada de bloco para encher a barriga dos descontentes do governo, não sobrará para nós a hipótese de conseguir mais do que com a negociação. Todos os outros da oposição são menores do que nós e, quando se junta com os pequenos, acaba tendo que ceder para eles.”
Congresso aprova Orçamento Geral da União para 2011 Posted: 22 Dec 2010 07:08 PM PST Wellton Máximo, Agência Brasil “A presidenta eleita Dilma Rousseff começará o governo com Orçamento próprio. O Congresso Nacional aprovou hoje (22) o Orçamento Geral da União de 2011. Em sessão unificada, a Câmara e o Senado aprovaram o texto em votação simbólica. |
Depois de negociações, o governo conseguiu manter a autorização para remanejar até 30% dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que representa cerca de R$ 12 bilhões. Pelo acordo com a oposição, 25% poderão ser realocados livremente e os 5% restantes só serão remanejados com autorização da Comissão Mista de Orçamento (CMO). |
Outro foco de resistência foi o salário mínimo. Depois de um acordo com a base aliada, o governo manteve os R$ 540 que constavam na proposta original. O Executivo, no entanto, poderá editar uma medida provisória para elevar ainda mais esse valor, dependendo das negociações com as centrais sindicais. Os recursos viriam de uma reserva R$ 6,6 bilhões. Desse total, R$ 5,6 bilhões garantiriam mínimo de R$ 560 e R$ 1 bilhão seriam usados para ampliar o Bolsa Família. |
O texto final também incluiu a recomposição das verbas do PAC. A relatora geral do Orçamento, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), havia reduzido a dotação do PAC de R$ 43,5 bilhões para R$ 40,1 bilhões. Ontem (21), no entanto, ela apresentou uma emenda que autoriza o governo a editar decretos e portarias ao longo de 2011 para recompor a diferença de R$ 3,4 bilhões. |
A versão final do Orçamento teve corte de R$ 3 bilhões nas despesas, valor abaixo dos R$ 8 bilhões sugeridos pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O relatório-geral, no entanto, não detalhou as áreas atingidas. A senadora ainda fez um corte adicional de R$ 3 bilhões, mas os recursos foram para a reserva que custeará o salário mínimo superior a R$ 540. |
Antes da votação do Orçamento, o governo conseguiu aprovar a retirada do grupo Eletrobras do cálculo do superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública). Como a mudança envolvia alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o dispositivo tinha de ser votado antes do Orçamento Geral da União. |
Pelo texto final, as despesas para 2011 foram fixadas em R$ 2,07 trilhões. Desse total, R$ 678,5 bilhões referem-se à rolagem da dívida pública. O Orçamento efetivo de investimento e custeio (manutenção da máquina pública) é de R$ 1,39 trilhão, incluídas as despesas da seguridade social e os investimentos das estatais. |
O Orçamento destina R$ 63,5 bilhões para investimentos do governo federal e R$ 107,5 bilhões para os investimentos das estatais. O texto reserva ainda R$ 12,1 bilhões para emendas parlamentares. |
A saúde contará com R$ 70,9 bilhões no próximo ano. A educação terá R$ 54 bilhões. Para despesas com pessoal, estão reservados R$ 199,7 bilhões. O Orçamento prevê ainda R$ 360 milhões para as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 – R$ 30 milhões para cada uma delas. |
Com a aprovação do Orçamento, o Congresso entra em recesso e só retoma as atividades em fevereiro, com a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado.” |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário