Sem dúvida nenhuma a argumentação do atual governo que balizava as diferenças ideológicas entre o PT e o PSDB, nas eleições para presidente, era o papel do Estado como um regulador da economia, servindo este como vertente na aplicação dos seus recursos em favor da maioria da população pobre do país.
Podíamos observar também que havia uma delimitação entre uma proposta com o viés de um Estado mais presente, no caso, a apresentada pelo PT, e outra que não incidia na privatização em si, mas sofria os ataques da disputa eleitoral como sendo a mãe da privataria, manobra esta bem elaborada pelo PT.
Desfeita a disputa, cabendo agora ao governo as ações políticas devidas ao bom encaminhar das propostas de desenvolvimento do país, observamos que a dialética de outrora, era talvez mais formatada pelo marketing político eleitoral, senão vejamos:
O BNDES, cuja função principal seria a de consolidar uma política de desenvolvimento público acabou se envolvendo numa eventual fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil, empresas estas altamente capitalizadas, tornando essa participação do recurso público realmente descabida. O banco admitiu que poderá investir até R$ 4,5 bilhões no negócio por meio do BNDESPar, braço de investimentos em empresas do banco de fomento estatal.
Já a Banda Larga Nacional ficou toda para a iniciativa privada. Além disso, o valor da oferta apresentada pelo governo é só R$ 4 menor que o dos pacotes disponíveis, e, em vez de franquia ilimitada, é pior, o internauta terá só 300MB. Como se não bastasse, o papel da Telebrás, recriada para garantir a concorrência num mercado monopolizado pelas ‘teles’ na venda de capacidade de acesso à internet, tornou-se mais dúbia no contexto do novo Plano Nacional de Banda Larga.
Assim sendo, em meio ao desenvolvimento da China, às altas taxas de juros que nos inundam de dólares, e às marcas de crescimento da economia, esquecemos das propostas originais que compramos através do voto, daquele verdadeiro papel do Estado, propagado no horário eleitoral. Bem, mas isso era mesmo para antes das eleições, quando ainda acreditávamos que nada disso aconteceria se a presidente vencesse, pois era coisa de típica de “privateiro” e o negócio era ficar longe dessa gente....
FERNANDO RIZZOLO
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