"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

domingo, 19 de junho de 2011

O PACIENTE YÔ-YÔ



É lamentável admitir que os diversos níveis de Governo fazem muita espuma e pouca coisa concreta em relação á assistência pública de média complexidade. É mais fácil fazer uma cintilografia ou uma tomografia, procedimentos de Alta Complexidade, restrita em grande parte à rede privada credenciada, do que internar um recém nascido numa UTI Neonatal Pública. É verdade que há uma razoável demanda, que gera superlotação, mas nada justifica que recursos materiais exorbitantes hibernem a portas fechadas e não se faça a indispensável ampliação destas unidades tão essenciais. O Hospital da Mulher dispõe de 14 modernas incubadeiras digitais e 10 moderníssimos ventiladores AVEA, além de Estações neonatais completas e modernas, estocados há mais de hum ano, sem qualquer perspectiva de utilização a curto prazo, no 2° Pavimento do Hospital Eduacy Lins,O Hospital da Criança, conhecido na Rádio Corredor como O Puxadinho do II° Mandato,que ocupa o espaço destinado na planta original à antiga Enfermaria A, no passado destinada à Obstetrícia. Fez-se, então, a primeira redução grave de leitos de Obstetrícia no Hospital Inácia seguindo-se a conversão dos apartamentos em enfermarias de dois leitos de SUS, nos quais oscilam internações desde simples ameaças de aborto até pacientes de alto risco.O quebra-quebra que se instalou levou a algumas perdas, entretanto, trouxe alguns ganhos, a exemplo do Serviço Mãe Canguru que foi criado e ,hoje, conta belíssimas histórias.
O Hospital da Mulher convive com os maiores índices de cesareanas da sua história. São vários os fatores que determinam esta injunção cirúrgica. O primeiro deles é a pactuação política exacerbada e desproporcional à capacidade instalada da Instituição; o 2°fator prende-se à liquidação do Serviço de Pré-Natal do Hospital Inácia. Em passado recente, as empresas terceirizadas eram obrigadas a fazer pré-natal no Ambulatório do Hospital da Mulher. Assim, tínhamos uma clientela própria, orientada e dirigida, na maioria das vezes, para o Parto Normal, que proporciona redução de despesas. Acabaram a Assistência Pré-Natal do Inácia e, deste modo, colocaram-no à disposição dos interesses de lucros da rede privada credenciada que não tem interesse em realizar cesareanas caras e que impõem 3(três) dias de ocupação de preciosos leitos;o terceiro(3°) fator prende-se à proliferação de pré-natais privados que desovam seus pacientes de classe média baixa no Serviço Público onde são operados sob tutela financeira da rêde pública. O 4° fator associa-se à pequena quantidade de empresas privadas interessadas no credenciamento do SUS de Média Complexidade devido aos baixos valores praticados.Feira de Santana está reduzida a quatro serviços de Obstetrícia que atendem SUS: dois públicos , um privado e um filantrópico. O Governo do Estado deveria construir mais uma Maternidade Pública em Feira de Santana ou ampliar a já existente.Hospitais de Especialidades deveriam ser estimulados a ser implantados com o apoio do Estado. Financiamentos especiais deveriam ser liberados para projetos específicos e de acordo com os interesses da sociedade. Cabe ao Estado definir caminhos tendo em vista que "a saúde é um direito de todos e dever do Estado". Enquanto sonhamos , assistimos ao vai e vem dos fracos, dos deserdados e dos oprimidos. Assim caminha a humanidade!
OLDECIR MARQUES

Nenhum comentário:

Postar um comentário