"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

LA ROUSSEF DEMONSTRA COERÊNCIA

Distanciamento do Irã

Dilma Rousseff (PT) não é Lula da Silva (PT). Não é mesmo!

Lula gosta de holofotes. Dilma é discreta. Lula afagava o Irã. Dilma quer distância do país dos aiatolás. É por aí a nossa reflexão de hoje: política externa do Brasil.

Analistas brasileiros tendem a dar mais destaque a pontos positivos ou negativos, dependendo de sua visão ideológica sobre como o Brasil deveria se comportar diante do mundo.

Mas, apesar de tantos papéis de destaque, a política externa brasileira recente corre o risco de ser marcada pela polêmica aproximação com uma nação que há poucos anos tinha pouca relevância para o Brasil: o Irã dos aiatolás, do petróleo, do programa nuclear e do apedrejamento de mulheres adúlteras.

Lula foi elogiado por Mahmoud Ahmadinejad por suas posições em favor do Irã. Agora, o mesmo governo iraniano registrou um protesto contra as críticas do governo Dilma Rousseff à situação dos direitos humanos no Irã, num primeiro sinal de mal-estar entre os dois países, após anos de ótimas relações.

Foi assim: um assessor de Ahmadinejad telefonou para o embaixador brasileiro no Irã, Antonio Salgado, para se queixar. O assessor “transmitiu o incômodo de Teerã com as repetidas referências à situação dos direitos humanos no Irã, feitas por autoridades brasileiras”.

Segundo o telegrama, o assessor iraniano teria pedido ao embaixador que informasse o Itamaraty sobre o desconforto. Agora, como se vê, o Brasil, por sua presidente Dilma Rousseff, mudou de posição.

Antes, com Lula, nossa política externa adotava a posição de não condenar violações aos direitos humanos no Irã. Hoje, não é mais assim. Existe coerência na posição de La Rousseff.

Em novembro, logo após a eleição, Dilma Rousseff criticou o comportamento do Brasil na ONU, ao não concordar com o modo como o Brasil votou: “Não é a minha posição”, afirmou Dilma, mencionando “práticas medievais aplicadas quando se trata de mulheres”.

“Ficaria desconfortável, como uma mulher eleita presidente, em não me manifestar contra o apedrejamento”, disse ela, referindo-se à condenação da iraniana Sakineh Ashtiani à morte por apedrejamento.

O novo chanceler Antonio Patriota absorveu rapidamente a posição da chefe e foi na mesma linha. “A questão da ameaça de apedrejamento da iraniana obviamente vai contra tudo o que nós representamos”, disse Patriota que, no final do ano passado, pensava como seu chefe, o então responsável pela política externa brasileira, chanceler Celso Amorim.

Agora, Antonio Patriota formaliza a mudança de direção da política externa brasileira em relação ao Irã.

FONTE:JORNAL DO COMÉRCIO


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