"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A INFLAÇÃO VOLTA A PREOCUPAR

A estabilidade do poder de compra do brasileiro é uma conquista da sociedade brasileira e uma inflação baixa, estável e previsível é “condição necessária” para um crescimento sustentável, afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em sua primeira entrevista coletiva à imprensa realizada nesta quinta-feira (6/1), em Brasília (DF). Tombini discutiu com os jornalistas três temas básicos: meta de inflação, cenário econômico internacional e inclusão financeira dos brasileiros.

Tombini afirmou que as metas de inflação para 2011 e 2012 já estão definidas – 4,5% de inflação medida pelo Índice Naciolnal de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE – e que o País tem que ter a ambição de perseguir, no futuro, uma meta de inflação que seja convergente com os níveis das principais economias emergentes. “Temos que criar as condições para isso”, diz o presidente do BC, incluindo entre elas a consolidação do atual patamar de 4,5%.

Sobre o ambiente internacional, Tombini disse que há alguns indícios de melhora, mas que o quadro externo continuará volátil. “A recuperação das principais economias mundiais tem sido mais lenta do que se imaginava inicialmente e isso tem seus impactos sobre a economia global”, afirmou, lembrando que o Brasil não tem sido passivo nessa questão, atuando ativamente com os instrumentos disponvíveis, para se proteger dessa instabilidade. A presidenta Dilma Rousseff, afirmou, determinou que o Brasil continue participando ativamente desse debate em nível internacional, com protagonismo e defendendo suas teses.

Alexandre Tombini também aproveitou a coletiva para falar um pouco sobre a importância do papel do Banco Central na inclusão financeira da população, para criar e ampliar o leque de oportunidades econômicas e financeiras para o cidadão brasileiro – tanto em relação à disponibilização de crédito como na facilitação do acesso das pessoas ao sistema financeiro. E essa inclusão financeira também tem que se dar de forma sustentável, com uma expansão segura, e o Banco Central tem atuado nesse sentido, disse ele, destacando que o crescimento de crédito disponível à população saiu de 1/4 do PIB para 50%.

BLOG DO PLANALTO 6/01/2011-18:00HS

CRÉDITO FOTOGRÁFICO REVISTA ÉPOCA

Juros futuros sobem após dados do IPCA

Patricia Lara, da Agência Estado

SÃO PAULO - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou inflação de 0,63% em dezembro, o que dá munição para o mercado discutir as elevações da Selic (a taxa básica de juros da economia) em 2011. O dado superou a mediana das projeções dos analistas, de 0,59%. Mesmo com o abrandamento das pressões dos alimentos, outros componentes impediram que o indicador de inflação fosse mais ameno no último mês do ano. Em 2010, o indicador subiu 5,91%, acima do centro da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central (BC). O dia reserva ainda a divulgação do relatório de empregos nos EUA, às 11h30 (horário de Brasília). Na abertura dos negócios, os contratos futuros de juros subiam em relação às taxas de ontem.

O aumento de 0,63% em dezembro de 2010 ficou perto do teto do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções (de 0,56% a 0,65%), e acima da mediana, de 0,59%. No ano, o IPCA de 5,91% ficou acima do centro da meta do BC, mas abaixo do teto de 6,5%, considerando a margem de tolerância.

O núcleo por exclusão do IPCA (IPCA-EX), que exclui do cálculo geral os preços de alimentos com comportamentos mais voláteis e combustíveis, acelerou de 0,52% para 0,60% em dezembro, no cálculo da Rosenberg. "Os núcleos seguem em patamares bastante elevados", comentou uma fonte. Outro núcleo mais salgado foi o de dupla ponderação (IPCA-DP), com variação de 0,70%, ante 0,67% no anterior. "Os números não deixam dúvida de que o BC deve retomar o ciclo de aperto monetário em janeiro, mas não alteram a alta inicial", ponderou a fonte.

O dia ainda reserva o relatório de empregos nos EUA. Uma onda de otimismo circula o dado e as perspectivas para a economia norte-americana têm evoluído. Mesmo um dado decepcionante hoje deve ter pouco impacto para os contratos de DI, já que o IPCA se impõe como um filtro, enquanto investidores monitoram as discussões em Brasília sobre austeridade fiscal.

Em relação a isso, o governo de Dilma Rousseff está promovendo um "bloqueio preventivo" no orçamento de 2011 mais duro do que no ano passado, a fim de mostrar comprometimento com o ajuste fiscal. Um decreto, publicado ontem, mostra que os ministérios, fundos e entidades ligadas ao Poder Executivo estão autorizados a gastar R$ 2,9 bilhões por mês, até que a Lei Orçamentária de 2011 seja publicada. Se não houvesse um aperto adicional da equipe econômica, os ministérios poderiam comprometer R$ 4,351 bilhões, ou seja, R$ 1,45 bilhão a mais por mês.

Às 10h08 (horário de Brasília), a taxa projetada pelo DI com vencimento em janeiro de 2012 apontava 12,14%, ante 12,10% do fechamento de ontem. Já o contrato com vencimento em janeiro de 2013 apresentava taxa de 12,35%, ante 12,31% do fechamento anterior.

Fonte Estadão.


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