"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SAÚDE DEVE BUSCAR MELHORIAS NA GESTÃO. DESCARTADA A CRIAÇÃO DE TRIBUTOS .


01.12.2010

A área de Saúde deve mostrar bons resultados de atendimento à população para reivindicar mais recursos públicos. E esse aumento de financiamento não deve vir de um aperto da carga tributária ou da recriação de impostos como a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Esse foi o recado dado pela presidente eleita Dilma Rousseff a 33 especialistas que se reuniram hoje com a equipe de transição.

“A presidente eleita acha que a gestão do setor de saúde pode melhorar e muito. Isso não precisa necessariamente passar por aumento de imposto”, disse o coordenador técnico José Eduardo Cardozo, que fez um relato aos jornalistas das discussões realizadas no encontro. Ele descartou qualquer aumento de tributos para custear a Saúde.

Cardozo também fez questão de avisar que a presidente eleita ainda não decidiu quem será o ministro da Saúde. Segundo ele, Dilma ressaltou que o futuro ministro deve estar à altura de antecessores como Adib Jatene e do atual titular José Gomes Temporão. Ambos foram os principais palestrantes na tarde de hoje.

“Ela [Dilma] vai escolher alguém que possa ser um transformador da Saúde brasileira”, relatou Cardozo, acrescentando que a presidente não citou possíveis nomes durante o seminário.

Mais recursos

Para os participantes do encontro, um dos maiores desafios da saúde no Brasil é a questão do financiamento. Atualmente o gasto público do País com saúde é menor que o privado: 56% contra 44%. O alerta foi feito pelo médico e ex-ministro Adib Jatene. Ele enfatizou que é preciso urgentemente “arrumar uma forma” de disponibilizar recursos orçamentários.

Segundo ele, os melhores hospitais brasileiros hoje são privados porque têm um financiamento mais eficiente – o que não acontecia no passado, quando prevaleciam os hospitais públicos. Ele citou o caso da Alemanha, onde, por exemplo, 77% dos recursos para a saúde são públicos, contra 23% de recursos privados.

Encontro

O seminário foi aberto pelo coordenador técnico da equipe de transição, Antonio Palocci, e foi encerrado pela presidenta Dilma. Entre os particpantes, estavam o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Aloísio Teixeira; o secretário estadual de Saúde da Bahia, Jorge Solla; o cirurgião e gastroenterologista Raul Cutait; o superintendente do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, Gonzalo Vecina; e o presidente da Unimed, Eudes Aquino.

Palocci destacou que, “como todos sabem, os desafios da Saúde são enormes” e que o seminário representou uma oportunidade para reunir elementos que possam auxiliar o futuro governo nesta área. Segundo ele, a grande prioridade da presidenta Dilma é conseguir avanços significativos nos serviços prestados ao cidadão.

Na primeira palestra, o atual ministro José Gomes Temporão apresentou uma série de propostas, entre elas a de aprofundar programas como o Sistema Único de Saúde (SUS); as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Brasil Sorridente. Temporão defendeu ainda a ampliação do acesso da população a diagnósticos e a consultas especializadas.

Ele ressaltou que o Brasil passa por uma grande transição na saúde, em que doenças infecciosas estão sendo reduzidas por um lado, enquanto de outro lado aumenta a incidência de doenças crônicas –como a hipertensão e a diabetes. “Esse é um dos grandes desafios do futuro”.

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