"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Serra só venceria com 99% dos votos em Minas

Serra só venceria com 99% dos votos de Minas

DEM recusa idéia de fusão com o PSDB

Para o presidente do partido, união iria reduzir espaço da oposição no governo Dilma

02 de novembro de 2010
    SÃO PAULO - A idéia de fazer a fusão entre PSDB e DEM para criar um grande e fortalecido partido de oposição foi rechaçada ontem pelo presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). Para o dirigente, a proposta diminuiria o espaço político da oposição no Congresso e ainda abriria a possibilidade para uma onda de desfiliações.

Maia lembra que uma das brechas jurídicas permitidas hoje para que parlamentares troquem de partido sem perderem o mandato por conta da regra de fidelidade partidária é justamente a fusão com outra legenda.

"Num período pós-eleitoral, onde o governo federal conseguiu a reeleição, sempre pode ocorrer um oportunismo eleitoral com migrações para o lado que venceu. Uma fusão criaria um precedente legal para permitir uma debandada, por exemplo", afirma Maia.

Para o dirigente, entretanto, a questão não se resume a isso. Ele acredita que as eleições deixaram clara a existência de um eleitorado de centro-direita, que pode ser representado pelo DEM, mas que não encontra tanto conforto nas posições políticas assumidas pelo PSDB.

"A oposição tem que trabalhar unida na cobrança às propostas que serão apresentadas pelo governo. Mas isso não significa que precise haver uma fusão entre os partidos", avalia Maia. "O DEM tem uma posição de centro-direita e o PSDB se enxerga mais como sendo de centro-esquerda. Há um espaço político para essas duas visões", diz.

Oficialmente, a proposta de fusão ainda não chegou à mesa dos dirigentes de DEM e PSDB. Na verdade, o movimento nasceu dentro do PSDB, especialmente na seção paulista do partido, que acredita que a união criaria automaticamente uma bancada bem mais robusta, capaz de fazer um contraponto mais claro ao PT no Congresso.

Na Câmara, o PSDB elegeu 53 deputados e o DEM garantiu uma bancada com 43. Ambos encolheram em relação às eleições 2006. Na ocasião, os tucanos tinham 66 deputados e o DEM, ainda como PFL, somava 65. Se juntarem suas bancadas, pulariam para 96, transformando-se no partido com maior representação na Câmara, já que o PT elegeu 88 deputados e o PMDB, 79.

No Senado, a fusão garantiria a segunda maior bancada. Em 2011, o PSDB terá 10 senadores e o DEM ficará com 6. Esses 16 parlamentares ainda representam um número menor que o de senadores do PMDB, que soma 21. Mas superaria a bancada petista, que conta com 14 senadores.

Além disso, pelo menos três senadores peemedebistas são hoje mais alinhados com a oposição do que o governo, como é o caso de Jarbas Vasconcellos (PE), Pedro Simon (RS) e Luiz Henrique da Silveira (SC).

Bagagem

A absorção do DEM também agrada a setores mais à esquerda do PSDB. Esse grupo reclama que o partido aliado ainda carrega na sua bagagem o peso do conservadorismo político, representado pelo PFL, PDS e Arena, legendas das quais se originou.

Tucanos dizem que a imagem do partido aliado ficou desgastada depois do chamado escândalo do mensalão do DEM, no Distrito Federal. A descoberta de um esquema de cobrança e pagamento de propina para políticos e autoridades locais acabou provocando o desmoronamento da administração do então governador José Roberto Arruda.

Vídeos com conversas comprometedoras, que incluíram o próprio Arruda, provocaram grande impacto na opinião pública. Único governador do DEM, Arruda foi preso e acabou se desfiliando antes de renunciar ao cargo. Seu vice, Paulo Octávio, também do DEM, assumiu, mas sem sustentação política também deixou o posto.

Defensores da fusão acham que isso serviria, por exemplo, para zerar os efeitos negativos que esse escândalo ainda possa provocar em futuras eleições.

Aliados do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, acham que a mudança poderia ser benéfica para ele. Apesar de filiado ao DEM, Kassab já tem hoje uma grande proximidade política com os tucanos, especialmente com José Serra.

Marcelo Moraes de O Estado de São Paulo




DEM, um candidato a sumir do mapa

Política - Maria Inês Nassif
Valor Econômico - 14/10/2010


O DEM caminha para um processo de incorporação ou fusão com um partido maior - o PSDB ou o PMDB - independente do resultado das eleições presidenciais. Com uma bancada de 43 deputados e 6 senadores, o partido perdeu influência política, fundo partidário e horário eleitoral gratuito. Na avaliação de um de seus líderes, a fusão (ou incorporação) com outra legenda será inexorável - o DEM mantém-se nessas eleições com uma bancada semelhante a de partidos médios, mas ao contrário deles tende ao declínio. O PSB, por exemplo, tem mantido um crescimento contínuo. A soma de dificuldades regionais definirá para onde o partido vai - e, ao que parece, é menos difícil acomposição com o PMDB.

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) sai dessas eleições com uma força inédita em São Paulo. Conseguiu eleger 6 deputados federais e 8 estaduais. O PMDB elegeu no Estado apenas um federal e 5 estaduais. Se o desempenho do DEM paulista, que nunca antes da aliaaSerra-Kassab havia prosperado no Estado, tivesse se repetido nos outros, o partido estaria mais do que salvo. Não foi o caso. Os redutos do ex-PFL nos Estados mais pobres, depois de uma terceira eleição na oposição ao governo federal, caíram como castelos de cartas, com a exceção do Rio Grande do Norte, onde o partido conseguiu eleger um senador, José Agripino, e uma governadora, RosalbaCiarlini.

O enxugamento do partido a nível nacional, todavia, inviabiliza o crescimento do DEM em São Paulo a médio prazo. Daqui a dois anos, quando houver eleição para prefeito, o partido não deverá repetir a façanha de eleger mais um - será uma legenda nacionalmente pequena para se impor ao PSDB numa coligação e, se sair sozinho, não terá tempo suficiente de campanha de televisão suficiente paraconvencer o eleitor a votar nele. Seriam dois partidos - o PSDB e o DEM - disputando o mesmo eleitor, já que nos dois anos de governo Lula, e especialmente em São Paulo, passaram a falar para os mesmos setores sociais, de perfil conservador.

Para Kassab, o mais confortável seria a incorporação ou fusão ao PSDB em São Paulo. Manteria os mesmos aliados regionais de sempre e, na hipótese de Serra vencer o segundo turno, teria um forte aliado para não ser esmagado pelos tucanos paulistas dentro do partido; se Dilma vencer as eleições, ainda assim preferiria continuar com Serra. Mas não é o caso das outras sessões do partido.

Incorporação ou fusão entrarão na agenda depois do dia 31

A fusão ou incorporação do DEM, com o PMDB ou o PSDB, é uma forma de driblar a legislação que, nos últimos anos, tem reduzido amobilidade dos políticos, por força de regras claras e duras contra a infidelidade partidária. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o mandato é do partido, não do candidato, foi a última porta fechada para os tradicionais rearranjos partidários pós-eleitorais. Até então, os partidos e parlamentares que atuam na política tradicional, e que precisam de apoio da máquina federal para manter seu eleitorado, tendiam a deixar os partidos pelos quais eram eleitos e engordar a base governista, aderindo a uma legenda da base deapoio e de preferência forte no Congresso. Era o número da bancada no momento da eleição que definia o tamanho do horário eleitoral de televisão. Hoje, o eleito que mudar de partido pode perder o mandato. A conta do tempo de rádio e televisão e do fundo partidário é feita de acordo com o número de eleitos. Não muda, mesmo que os parlamentares mudem de partido e arrisquem a perder os seus mandatos.

As exceções são a fusão e a incorporação. A diferença entre uma e outra é que, na fusão, dois partidos se juntam e formam uma novalegenda. Na incorporação, um partido é incorporado por uma legenda que já existe. Nos dois casos, as convenções dos dois partidos devem aprovar, por maioria, a incorporação ou fusão - e nas duas hipóteses o fundo partidário e o horário eleitoral serão a soma dos dois partidos que se unificaram. Os que discordarem da decisão da maioria poderão ir para outra legenda sem perder o mandato, mas não contarão para efeito de cálculo de fundo partidário e tempo de televisão dos partidos aos quais aderirem.

Essa não deverá ser a única mudaa partidária a ocorrer depois das eleições, seja qual for o candidato vitorioso. Se for Serra, aliás, o interesse de dar mobilidade aos eleitos será muito maior, já que o Congresso eleito em 3 de outubro dá ampla maioria para os partidosaliados a Dilma Rousseff.

A outra opção que os parlamentares têm para se livrar da cassação, se decidirem abandonar os partidos pelos quais foram eleitos, é acriação de uma nova legenda. Nesse caso, contudo, esta nova legenda não terá direito a fundo partidário e tempo de televisão. O tempo de televisão e o fundo relativo a cada parlamentar que ingressar no novo partido continua sendo do partido que o elegeu. Neste caso, onovo partido terá que se submeter a uma votação para a Câmara dos Deputados para entrar na divisão do dinheiro do fundo e do tempo de TV.

No caso de incorporação ao PMDB, que tem uma digestão mais fácil pela maioria do partido, o DEM não se fundiria, ou se incorporaria, com a esperaa de mudar a posição política do partido que está aliado a Dilma Rousseff. Essa opção está sendo discutida com aperspectiva de que o PMDB será um partido governista, quer ganhe Dilma, quer ganhe Serra.

Maria Inês Nassif é repórter especial de Política.


DEM flerta com governistas para não ficar refém do PSDB

Posted: 02 Nov 2010 08:52 PM PDT

Marcela Rocha, Portal Terra

Após a derrota do candidato da oposição ao Planalto, José Serra (PSDB-SP), o DEM articula aproximação com partidos da base governista para não ficar refém do PSDB. "Isto não significa aderir ao governo, mas poder agregar mais partidos conservadores em assuntos polêmicos", afirmou o deputado eleito ACM Neto (DEM-BA), que elenca como exemplo de possíveis aliados no Congresso o PR, PP, PTB e setores do PMDB. Enquanto isso, os tucanos pretendem estreitar os laços entre as legendas que já integram a coligação.

O DEM está minguando na Câmara e ainda mais fraco no Senado. Para ACM Neto, "é preciso ampliar o diálogo com várias correntes inclusive as que integram as bases do governo". O democrata explica: "não podemos ficar isolados, o que não significa evitar o PSDB".

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM-SP), busca estreitar os laços com o PMDB no Estado. Falou-se em fusão. Contudo, para democratas e tucanos, o prefeito pretende sinalizar sua força política ao restante de seu partido com vistas a assumir a presidência da legenda, hoje sob comando do deputado reeleito Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Uma eventual fusão colidiria com o desejo de tucanos de comporem com o DEM na próxima disputa por prefeituras. Segundo lideranças do PSDB, é necessário reforçar ainda mais a aliança com o DEM, sem pensar em fusão, por conta do tempo de televisão que - juntos - somariam. "Para daqui a dois anos e para a eleição no Congresso é indispensável que PSDB e DEM fiquem juntos", afirmou o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).”
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