"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

sábado, 27 de novembro de 2010

CONTINUIDADE DA POLÍTICAECONÔMICA DO GOVERNO LULA


NOVA EQUIPE ECONÔMICA DEFENDE AUSTERIDADE


A nova equipe econômica da presidenta eleita Dilma Rousseff, composta por Guido Mantega (Ministério da Fazenda), Alexandre Tombini (Banco Central) e Miriam Belchior (Ministério do Planejamento), concedeu a primeira entrevista coletiva na tarde de quarta-feira (24), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. A Tônica das exposições foi a continuidade política econômica do governo Lula.

O ministro disse que irá manter a produção do superávit primário (economia que o governo faz para pagar a dívida pública, não contando com o custeio público), para reduzir a dívida pública brasileira. “O Brasil tem um dos menores déficits do mundo e vamos continuar assim, porque o sistema de metas vai continuar sendo cumprido”.

De acordo com Mantega o objetivo para esses próximos quatro anos é reduzir os gastos do governo.“Dois mil e onze será ano de consolidação fiscal”, afirmou. E, segundo o ministro, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) vai receber menos recursos do Tesouro Nacional, diminuindo os subsídios gastos pelo Estado e aumentando condições para que o setor privado possa fazer financiamentos a longo prazo.

A engenheira e coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior, deu ênfase ao aprimoramento do planejamento das ações governamentais, melhorando a qualidade dos gastos e dos serviços prestados aos cidadãos. Para isso, segundo ela, é essencial o aumento dos investimentos públicos e privados, que têm papel virtuoso no crescimento econômico e de infraestrutura. “O que nos move é a convicção de que o planejamento de boa qualidade gerencial nos leva a responder aos desafios da realidade nacional”.

“Dilma gostaria de valorizar o planejamento, potencializar ações de curto e médio prazo e mapear as de longo prazo para que o Brasil possa crescer e ser menos desigual. Como medidas prioritárias então, por exemplo, a melhoria da segurança, o combate às drogas e o nfrentar disparidade entre os recursos disponíveis e aquele que é necessário para cumprir a demanda. Queremos seguir modernizando a administração pública Federal focada no cidadão”, afirmou a coordenadora do PAC.

Como exemplo de políticas nesse sentido ela citou a eliminação das filas do INSS: “Quem poderia dizer há alguns anos que nós não teríamos mais filas? Unificação da Receita Federal (Fazenda e Previdenciária) permitiu que tanto pessoa jurídica como física tenha uma única porta para bater”.

Miriam falou ainda sobre continuar a ampliar e melhorar o atendimento governamental pela Internet, que de acordo com ela, já conta com 80% dos serviços realizados por meio eletrônico; os serviços de ouvidoria, com o objetivo de descobrir onde estão os problemas na prestação da administração e trabalhar com foco em resultados.

Já o economista Alexandre Tombini, que é o atual diretor de Normas do Banco Central (BC) e ainda vai depender da sabatina no Senado para ser ministro-diretor do BC, falou dos três pilares da estrutura macroeconômica brasileira: continuar com as metas de inflação, regime simplificado e de fácil entendimento para a sociedade e a prestação de contas com transparência. “Esse regime precisa de transparência e isso vem sendo feito e vem sendo consolidado”.

Tombini afirmou a importância continuar com a redução das vulnerabilidades econômicas no cenário internacional. “O País acumulou e vem acumulando reservas que nos dá segurança. Pela primeira vez na história o Brasil, tivemos condições de adotar medidas macroeconômicas de apoio à economia durante a crise. E é de conhecimento mundial a rapidez com que saímos da crise”.

“Tive longas e muito boas conversas com a presidenta Dilma nesse processo de escolha e ela disse que nesse regime não há meia autonomia, é autonomia total, perseguindo objetivos do governo e a meta de inflação. O BC precisa continuar contribuindo com o protagonismo na cena internacional, buscando a regulação financeira internacional que evite que o mundo passe por outra crise como à de 2008.


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