Entrevista/Tarcízio Pimenta

Prefeito fala sobre reforma no secretariado Rádio Blog da Feira João Henrique, Jaques Wagner e Dilma Rousseff. Na entrevista concedida ao Blog da Feira, o prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta, citou estes três nomes (não coincidentemente das esferas municipal, estadual e federal) para melhor argumentar as mudanças que pretende fazer no seu secretariado a partir de janeiro de 2011. Ou, em suas próprias palavras, sobre o que está por vir "no raiar do novo ano". Ouça o trecho da entrevista onde Tarcízio fala sobre a questão. Egberto Siqueira egbertosiqueira@blogdafeira.com. ANO NOVO, VIDA NOVA Quais são os pontos fundamentais de um Governo, quer seja a nível municipal, estadual ou federal? Para que não se assemelhe a um gigante de pés de barro, qualquer bom governo deve preocupar-se com o que chamamos setores estruturantes. Secretaria de Finanças ou da Fazenda, técnicamente bem conduzida, preocupada com a geração de recursos sem , contudo, escorchar o contribuinte.Portanto, capaz de coletar e aplicar de forma legal e tecnicamente correta os meios financeiros disponíveis evitando desperdício e atendendo, na medida do possível, os pleitos da comunidade.Educação , Saúde, Transportes, formam um tripé que deve estar sob a mais estrita intimidade com as idéias e concepções de qualquer Gestor. Infraestrutura ( Sec. de Obras) e Planejamento são os braços executivo e racionalizador de todo governo que se pretende realizador e idealizador. Assim, qualquer desejo de reforma, passa, necessariamente, pela análise criteriosa, ética e respeitosa , sobre o perfil dos ocupantes destes postos, em qualquer governo. Deste modo, falar em reforma requer avaliação clara e corajosa do desempenho e do grau de afinidade destes agentes públicos com o Gestor, sob pena, de havendo divergências gritantes , assistirmos a um potencial desgoverno. O dilema da presidenta Dilma é admitir a presença no Banco Central de um técno-político que defende juros elevados como forma de controle da inflação. Ora, como é possível manter níveis elevados de emprego, sem investimentos públicos e aqueles do setor privado? Como é possível atrair investimentos privados com carga tributária elevada e juros básicos nada atraentes? Quanto mais dólares voláteis, maior a valorização do real , menor a competitividade da economia e maior a redução dos níveis de exportação. Assim, do desequílibrio exportação/importação, passamos a gerar preciosos empregos em outras economias. Os problemas da presidenta , portanto, não passam por nomes, mas, sim,pela redefinição de rumos. O Governo Wagner, que por extrema fidelidadea Lula e a Dilma deverá manter os atuais ministros bahianos , tem como principais metas manter as políticas nacionais de inclusão do guru barbudo e , buscar com a ajuda de Dilma Roussef, controlar e reduzir os índices de violência que assolam a Bahia. Quanto ao Prefeito dos feirenses, entendo que é necessário ter uma Secretaria de Planejamento atuante, presente e criativa. As parcerias gerenciais com O Palácio de Ondina, e com Brasília serão inevitáveis. Educação e Saúde, reclamam racionalização e ,também, mais criatividade. Afinal são R$250 milhões e cerca de R$130 milhões reservados no Orçamento para estas áreas,respectivamente. Não é pouco! Faz-se necessário ter um Núcleo Duro, que pense o Governo, que seja fiel, que seja criativo, operoso,que, enfim, dê características cristalinas ao Governo que servem. A Secretaria de Infraestrutura(Obras) é um dos braços executivos do Governo. Requer dedicação exclusiva e tempo integral.Dito desta forma, parece fácil montar uma boa equipe de Governo. Sabemos que não é fácil, considerando os atrativos rendimentos da atividade privada. Como resolver o problema? É preciso evitar as improvisações. Sugiro buscar apoio no estamento universitário.Patrocinar parcerias entre Governo e Universidade, pode ajudar.Estimular parcerias gerenciais com Universidade privadas é uma outra alternativa. De bom alvitre seria começar a estimular alunos de Pós-Graduação a ocupar cargos de 2° e 3° escalão no Governo o que lhes proporcionaria treinamento, afinidade com o Setor Público e rendimentos. Os Partidos Políticos afins, com quadros técnicos de qualidade ,deveriam ser procurados e cooptados.É preciso contornar e até rechaçar o apadrinhamento viciante das elites conservadoras e patrimonialistas. Secretarias como a de Agricultura devem refletir o equilíbrio entre as forças produtivas do campo , aí inclusos os camponeses e os seus orgãos de classe e os grandes investidores da agroindústria.Preocupação natural de quem deseja reeleição são os quadros disponíveis para alianças. Na minha opinião este desafio deve ser encarado no tempo certo, no momento mais adequado.Por fim, já temos data para mudanças. Que sejam feitas com serenidade e que sejam bem vindas. O tempo urge! OLDECIR MARQUES