"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CIÊNCIA E TECNOLOGIA


Agência diz que oásis rico em água no subsolo pode ajudar a manter astronautas no satélite


Há um oásis rico em água no subsolo que pode sustentar astronautas na Lua, segundo a Nasa. Os cientistas estudaram os resultados completos de uma experiência que lançou um foguete e uma sonda em uma cratera lunar no ano passado. Os impactos espalharam grandes quantidades de rocha e poeira, revelando um fascinante conjunto de compostos químicos e muito mais água do que qualquer um poderia imaginar. Uma equipe liderada pela Nasa disse à revista Science que cerca de 155 quilos de vapor d'água e gelo escaparam para fora da cratera. A análise dos pesquisadores sugere que o regolito lunar, ou o solo, no lugar do impacto contém 5,6% de seu peso na forma de gelo. "É uma quantidade significativa", disse Anthony Colaprete, do Centro de Pesquisas Ames da agência espacial americana. "Está sob a forma de grãos de gelo. Isso é uma boa notícia, porque o gelo permite que se trabalhe com ele. Você não tem de aquecê-lo muito, basta deixá-lo a temperatura ambiente para tirar a sujeira facilmente." "Se você pegar apenas 10 quilômetros da região em torno do local do impacto e disser que há 5% de água ali, será o equivalente a 1 bilhão de litros. Não estou dizendo que está lá, mas isso mostra que mesmo em pequenas concentrações há potencial para muita água", disse Colaprete. A equipe liderada pela Nasa publicou seis artigos na revista americana descrevendo os resultados dos impactos da sonda LCROSS e seu estágio de foguete em 9 de outubro de 2009. O par foi dirigido para o polo sul lunar – a Cratera Cabeus, uma depressão tão profunda e escura que as chances de chacoalhar o gelo por lá era muito boa. O estágio do foguete foi primeiro, seguido alguns minutos depois pela sonda, que reuniu imagens e outros dados pouco antes de também se chocar com a superfície. Outra sonda, a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) estava passando por perto. Ela também estudou o material ejetado para a luz do Sol, mais de 15 quilômetros acima da cratera de Cabeus. O conjunto de instrumentos utilizados naquele dia determinou que 20% da coluna de poeira era formado por compostos voláteis, incluindo metano, amônia, hidrogênio, dióxido de carbono e monóxido de carbono. Além disso, os instrumentos identificaram grandes quantidades de alguns metais, como sódio e mercúrio. Havia até minúsculos traços de prata. Os cientistas dizem que a água e a mistura volátil poderiam ser restos de impactos de cometas ou asteróides através dos tempos, mas encontraram um número de substâncias químicas bastante complexas. "A missão LCROSS guardou algumas surpresas com implicações significativas para a criação, coleta, transporte e armazenamento de substâncias voláteis sob as sombras do polo sul", disse Peter Schultz, da Universidade Brown. "Abrimos esse armário lunar e descobrimos coisas que não esperávamos. E assim como a Terra possui suas pistas para os climas passados no gelo dos polos, a Lua também tem pistas sobre os impactos do passado e talvez até dos últimos estágios do vulcanismo lunar." O gelo não tem distribuição uniforme em todo o polo sul. Ao contrário, fica retido em bolsões. Alguns desses oásis estão, como em Cabeus, a temperaturas de até 244 graus negativos. Sob tais condições, o gelo fica armazenado por bilhões de anos. Mas a pesquisa indica que provavelmente exista gelo mesmo em áreas que recebem luz solar durante parte do ano, ainda que enterrado no solo. "Já apelidamos essas novas regiões descobertas de 'áreas de permafrost lunar' e elas são muito extensas", disse o pesquisador David Paige. "Isso pode facilitar futuras explorações humanas e com robôs na busca pela compreensão do gelo lunar, bem como sua potencial utilização como recurso; no lugar de enfrentar o frio e a escuridão dentro de uma sombra permanente eles poderiam escavar em áreas iluminadas pelo Sol e acessar o gelo a uma pequena distância abaixo da superfície.
FONTE:VEJA.COM

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