Governo quer avaliar capacidade nacional para produzir vacinas anti-HIV/aids
Um dos objetivos mapear a produção em território brasileiro. Cerca de 200 pesquisadores foram convidados a colaborar
Com a perspectiva de levantar dados sobre a capacidade nacional em realizar pesquisas na área, o Brasil lançou um plano, tendo como um dos objetivos mapear a produção em território brasileiro. O projeto foi lançado em 2008 e vai até 2012. A iniciativa é realizada em uma parceria do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). " Queremos descobrir quais são os gargalos existentes hoje e estruturar uma plataforma de incentivo, desde a pesquisa básica até o desenvolvimento de um ensaio clínico" , explicou o professor do departamento de genética da UFRJ Rodrigo Brindeiro.
O mapeamento tem também o apoio da Iavi (Iniciativa Internacional de Vacina contra a Aids). Pelo menos 200 pesquisadores foram convidados a responder um questionário online na primeira etapa do mapeamento. O resultado deve ser divulgado no ano que vem para agências financiadoras e comunidade de especialistas.
Outro assunto que ganhou destaque no seminário foram críticas à demora do País em aprovar projetos de pesquisa e ensaios clínicos. Segundo a Mônica Barbosa, uma das coordenadoras do projeto Praça Onze (nome dado a uma série de pesquisas em HIV/aids) na UFRJ, há casos que podem levar até um ano e meio. " Isso quando não enfrentamos alguma greve de servidores públicos, o que paralisa todos os projetos em análise" , disse. Segundo ela, o Peru consegue aprovar propostas em cerca de seis meses e por isso consegue atrair mais financiamentos e propostas de pesquisa.
Os projetos devem passar, em média, por cinco órgãos diferentes para conseguir aprovação. " Essas instâncias são essenciais e ninguém quer retirá-las, o que defendemos é uma agilidade maior na análise de propostas" , disse Rodrigo Brindeiro. Outra reclamação frequente do setor, segundo o professor, é na questão de importação de insumos do exterior. " A burocracia nessa parte também interfere negativamente no andamento dos processos."
De acordo com ativistas no seminário, o destaque do Brasil na economia mundial também fez o País perder financiamentos importantes em diversas áreas de HIV/aids e, por isso, fica difícil levantar debates no País que envolvam o tema. A pesquisadora da Fiocruz e assessora técnica do Departamento de DST/Aids Cristina Possas acredita que a sociedade civil deva fazer mais pressão em níveis locais e nacional para mudar essa realidade. Mas, os militantes discordaram afirmando que nem tudo é " cargo" da sociedade civil.
O " Seminário sobre Novidades na Prevenção do HIV" termina nesta sexta e tem apoio da Iavi (Iniciativa Internacional de Vacina contra a Aids), da Avac (Coalização para Promoção da Vacina Contra a Aids), da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do CRT (Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids).
FONTE :AGENCIA AIDS
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