A Folha soube seis meses antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô.
O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas o jornal já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente.
A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB) –ele deixou o cargo no início de abril deste ano para disputar a Presidência da República. Em seu lugar ficou seu vice, o tucano Alberto Goldman.
O resultado da licitação foi conhecido previamente pela Folha apesar de o Metrô ter suspendido o processo em abril e mandado todas as empresas refazerem suas propostas. A suspensão do processo licitatório ocorreu três dias depois do registro dos vencedores em cartório.
O valor dos lotes de 2 a 8 passa de R$ 4 bilhões. A linha 5 do metrô irá do Largo 13 à Chácara Klabin, num total de 20 km de trilhos, e será conectada com as linhas 1 (Azul) e 2 (Verde), além do corredor São Paulo-Diadema da EMTU.
VÍDEO E CARTÓRIO
A Folha obteve os resultados da licitação no dia 20 de abril, quando gravou um vídeo anunciando o nome dos vencedores. Veja aqui Três dias depois, em 23 de abril, a reportagem também registrou no 2º Cartório de Notas, em SP, o nome dos consórcios que venceriam o restante da licitação e com qual lote cada um ficaria.
O documento em cartório informa o nome das vencedoras dos lotes 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Também acabou por acertar o nome do vencedor do lote 2, o consórcio Galvão/ Serveng, cuja proposta acabaria sendo rejeitada em 26 abril. A seguir, o Metrô decidiu que não só a Galvão/Serveng, mas todas as empresas (17 consórcios) que estavam na concorrência deveriam refazer suas propostas.
A justificativa do Metrô para a medida, publicada em seu site oficial, informava que a rejeição se devia à necessidade de “reformulação dos preços dentro das condições originais de licitação”.
Em maio e junho as empreiteiras prepararam novas propostas para a licitação. Elas foram novamente entregues em julho.
No dia 24 de agosto, a direção do Metrô publicou no “Diário Oficial” um novo edital anunciando o nome das empreiteiras qualificadas a concorrer às obras, tendo discriminado quais poderiam concorrer a quais lotes.
Na quarta-feira passada, dia 20, Goldman assinou, em cerimônia oficial, a continuidade das obras da linha 5. O nome das vencedoras foi divulgado pelo Metrô na última quinta-feira. Eram exatamente os mesmos antecipados pela reportagem.
OBRA DE R$ 4 BI
Os sete lotes da linha 5-Lilás custarão ao Estado, no total, R$ 4,04 bilhões. As linhas 3 e 7 consumirão a maior parte desse valor.
Pelo edital, apenas as chamadas “quatro grandes” Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez e Metropolitano (Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão) estavam habilitadas a concorrer a esses dois lotes, porque somente elas possuem um equipamento específico e necessário (shield). Esses dois lotes somados consumirão um total de R$ 2,28 bilhões..Folha
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2010/10/corrupcao-psdb-resultado-de-licitacao.html
Goldman suspende processo de licitação da Linha 5 do Metrô de SP
Governador pediu investigação sobre denúncia de que empresas vencedoras já eram conhecidas
26 de outubro de 2010 | 15h 02
Gabriel Pinheiro - estadão.com.br
SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), suspendeu nesta terça-feira, 26, o processamento da licitação dos lotes de 3 a 8 da Linha 5-Lilás do Metrô. Goldman disse que solicitou uma investigação ao Ministério Público Estadual sobre a denúncia publicada na edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo de que as empresas vencedoras nas obras de extensão da linha já eram conhecidas há seis meses.
"Assinamos os contratos na semana passada, mas as empresas ainda não receberam ordem de serviço. Paralisamos o andamento de qualquer obra. Nenhuma havia sido iniciada, nenhum tostão foi gasto", afirmou o governador.
O anúncio das empreiteiras que assumiriam as obras foi feito na última quinta-feira. De acordo com Goldman, a Corregedoria do Estado também vai "fazer seu trabalho junto aos agentes públicos."
Pela manhã, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu a suspensão dos contratos. "Já não há mais licitação porque o contrato foi assinado semana passada, mas (o processo) teria que ser suspenso. Tem algo rolando e acho que o governo estadual deveria promover uma investigação suspendendo o andamento", afirmou após se reunir com deputados da bancada do PV da Assembleia Legislativa de São Paulo que declararam apoio à sua candidatura.
Serra sugeriu que pode ter havido "entendimento" entre as construtoras que venceram a licitação. Ele lembrou que o Metrô suspendeu o processo em abril deste ano e mandou as empresas concorrentes refazerem os preços. "Do ponto de vista dos custos, o Metrô atuou impecavelmente. Se houve ou não entendimento entre os construtores é uma questão que, a meu ver, tem que ser investigada", concluiu.
(COM ANNE WARTH, DA AGÊNCIA ESTADO)
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