Descoberta ação anti-diabética de neurotransmissor que controla o humor
Pesquisa realizada em ratos oferece informações importantes e potenciais para o controle da glicose no sangue em seres humanos
Novas descobertas realizadas por pesquisadores da University of Texas Southwestern Medical Center, nos Estados Unidos, sugerem que a serotonina, um neurotransmissor cerebral conhecido por regular a emoção, o humor e o sono, também pode ter propriedades anti-diabéticas. Os resultados do estudo realizado com ratos oferecem informações importantes e potenciais para o controle de glicose no sangue em seres humanos.
Para o estudo atual, os pesquisadores projetaram um modelo do rato em que a expressão de um receptor da serotonina chamado 5-hidroxitriptamina 2C foi bloqueado por todo o corpo. Sem o funcionamento do receptor, os ratos desenvolveram resistência à insulina no fígado.
Para descobrir qual tipo de neurônio mediava os efeitos da serotonina para regular os níveis de glicose ou açúcar no sangue, os autores do estudo desenvolveram outro grupo de ratos em que o mesmo receptor da serotonina foi bloqueado em todo o corpo, exceto dentro de um grupo de células cerebrais chamadas neurônios pró-opiomelanocortina, ou POMC.
Os pesquisadores descobriram que, quando reativaram o receptor de serotonina apenas nos neurônios POMC, os ratos não apresentaram mais resistência à insulina no fígado. A restauração do receptor essencialmente protegeu os ratos de desenvolverem problemas metabólicos normalmente encontrados em animais que carecem do receptor em todo o corpo.
Apesar de os resultados terem aparecido em camundongos, eles fornecem uma introspecção em potencial no controle de glicose no sangue em seres humanos.
"Neste trabalho, descrevemos um circuito no cérebro que pode explicar as ações anti-diabéticos do receptor de serotonina. Esta descoberta nos diz que as drogas que afetam a ação da serotonina podem também ter ações anti-diabéticas, independente do peso corporal e da alimentação", observou o autor sênior do estudo, Joel Elmquist.
O próximo passo, segundo os pesquisadores, é determinar o que acontece com a alimentação, o peso corporal e o metabolismo do fígado nos ratos projetados para apresentarem falta do receptor de serotonina apenas nos neurônios POMC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário