"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

domingo, 7 de novembro de 2010

RECURSOS E GESTÃO SÃO INSEPARÁVEIS.

“Somos contrários à criação de qualquer imposto. A presidente Dilma demonstra sensibilidade e consciência necessárias para buscar esse importante objetivo”
Paulo Skaf

Trabalhamos intensamente este fim de semana. O nosso velho e querido Hospital da Mulher recebeu dezenas de pacientes de diversas origens e, só a partir das 14 horas começou a internar, considerando a superlotação. Liberadas as vagas do dia, reassumimos a rotina intensa de Hospital Público sempre de portas abertas a atender a população pobre da região, clientes principais do Sistema Único de Saúde . Fizemos ao todo 27 procedimentos cirúrgico-obstétricos: 12 cesareanas, 9 partos normais ,2 laparotomias para resolução de gravidez ectópica e 4 curetagens. Tivemos sucesso em todos os casos. Apesar de não contarmos com uma boa mesa de cirurgia,( a atual está totalmente sucateada após 18 longos anos de uso e já não faz mais dorso e o sistema hidráulico está emperrado) conseguimos executar com precisão todos os desafios de natureza médica para os quais fomos solicitados. O serviço público é mesmo assim: criticado e exigido, mas, enfim é a única alternativa para mais de 70% dos seres humanos que não tem acesso a uma economia privilegiada. O Sistema Único de Saúde deverá operar a partir de 2011 com verbas estratosféricas da ordem de R$74 bilhões. Fala-se em subfinanciamento e, em grande parte, é verdadeiro que a expansão e os custos com a universalização do atendimento à saúde coletiva exigirá mais verbas para o setor. Admite-se a necessidade de mais R$ 50 bilhões para a otimização do sistema. O que não se discute, entretanto, é o aprofundamento e o aperfeiçoamento da Gestão em Saúde que certamente ajudaria a atingir as metas propostas pela OMS, por exemplo, para redução de mortalidade infantil e da mortalidade materna. Lutamos, durante vários governos ,para edificação de uma Unidade de Tratamento Semi-Intensiva no Hospital Inácia Pinto. O objetivo é extremamente simples: os graves casos de síndromes hemorrágicas e aqueles de eclampsismo com grande potencial de complicações seriam atendidos, estabilizados e encaminhados para Unidades de maior complexidade. Ora. há recursos tecnológicos, entretanto, não existe projeto de formação de equipe e treinamento de pessoal. Não havendo estruturação funcional, os investimentos em equipamentos e tecnologia tendem a compor um quadro de despesas e prejuízo, pois não oferecem retorno.Tenho insistido na necessidade de Planejamento de Curto, Médio e Longo Prazo que imponha definição de metas .Assim, torna-se imprescindível contratar as pessoas certas para os lugares certos, sem os vícios de conformação do apadrinhamento político, sob pena de marcharmos para o desastre gerencial. Utopia? Sonho? Claro que não! Mesmo as viciadas estruturas públicas poderiam adotar a obrigatoriedade do controle interno das indicações. Traduzido em miúdos: mesmo indicado, o postulante a funções e serviços na empresa pública deveria preencher condições mínimas que o habilitasse para o exercício de determinadas tarefas. Diretores Técnicos não podem ser inexperientes e desconhecer as funções para as quais são nomeados. Passam a custar bem mais caro. Há cargos em excesso e quase nenhuma competência específica.Não falta dinheiro. O problema é como contornar o desperdício. O nó górdio é saber otimizar a utilização dos recursos disponíveis. Saber comprar e reduzir custos, sem perder a qualidade. Desta forma não compreendo porque até o presente momento esta tão importante Unidade Hospitalar ainda não adquiriu uma mesa de cirurgia decente, cujo preço oscila entre R$ 10 mil a R$15 mil e também ainda não renovou a frota de carros de Anestesia, elementos imprescindíveis para a segurança dos pacientes e para tranquilidade dos Anestesiologistas. O Governo e os seus agentes tem dado passos corretos com a ajuda do Ministério da Saúde, mas, demora na conclusão de pequenos projetos que deveriam fazer parte de rotinas gerenciais.E , assim, caminha o meu velho e querido Hospital Inácia Pinto: grandioso como projeto, mas manquitolando como empresa. Espero que uma sólida e inteligente parceria em quatro níveis tenha início e redinamize esta tão necessária estrutura pública. oldecir marques .



Nenhum comentário:

Postar um comentário