"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

terça-feira, 5 de outubro de 2010

ANALISTAS DOS ESTADOS UNIDOS ACREDITAM EM VITÓRIA DE DILMA

Analistas dos Estados Unidos que apostavam na vitória da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, no primeiro turno avaliam que a escolhida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguirá a vitória no segundo turno, mesmo que a maioria dos votos da candidata Marina Silva (PV) vá para o candidato do PSDB, José Serra. "Dilma pode ter um começo de segundo turno mais apertado, mas deve conseguir ganhar com vantagem razoável", disse Christopher Garman, diretor para América Latina do Eurasia Group, em Washington.

De acordo com o diretor, a diferença entre Dilma e o candidato do PSDB, José Serra, no segundo turno deve ser de sete a dez pontos percentuais. Serra, avalia Garman, deve herdar em torno de 70% dos votos de Marina. Segundo ele, os votos que eram da candidata do PV são importantes, mas "é exagero o papel decisivo" que se tem dado à transferência desses votos no segundo turno.

Garman acredita que o cenário próspero do País, a figura do presidente Lula e a ideia de continuidade do governo devem continuar beneficiando a campanha de Dilma. "A dinâmica do segundo turno é mais favorável para Dilma", diz ele. Robert Wood, economista-sênior para América Latina da EIU (Economist Intelligence Unit) em Nova York, concorda que a maioria dos votos de Marina deve ir para Serra, o que não deve alterar o resultado final de vitória para Dilma, mas pode enfraquecer um pouco sua imagem pessoal.

Por outro lado, Wood reconhece que Dilma encontrará cenário mais positivo no Senado do que encontrou o próprio Lula no primeiro mandato. A soma das bancadas dos partidos que apoiam o governo Lula e a candidata petista chega a 43 dos eleitos. Com a contagem dos senadores que continuam com seus mandatos até 2015, esse número sobe para 57. Nessa conta estão senadores do PTB, partido que oficialmente está com o adversário José Serra (PSDB), mas que formam a base de Lula no Senado, e do PP, legenda que não formalizou coligação, mas que, no entanto, não faz oposição ao governo.

Wood, no entanto, observa que Dilma terá de fortalecer a imagem pessoal especialmente nos dois primeiros anos de governo, tendo em vista que não possui nem o carisma nem o histórico de Lula. Na estratégia do segundo turno, Wood não vê uma preocupação em esmiuçar programas de governo.

Segundo ele, isso não foi feito no primeiro turno e não deve ser feito agora. "Nos debates, os candidatos falaram muito genericamente sobre os programas de governo e não vejo Dilma e Serra entrando em muitos detalhes no segundo turno", afirmou.

Berço petista - Apesar de terminar a corrida eleitoral em primeiro lugar na cidade de São Bernardo - berço do PT e local onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a carreira política, como sindicalista -, a candidata petista Dilma Rousseff não alcançou 50% dos votos válidos. Na contagem geral dos votos em São Bernardo, a petista teve 46% contra 32% do tucano José Serra e 19% de Marina Silva (PV), coincidentemente, o mesmo percentual de votos que os três presidenciáveis tiveram em todo o País.

JORNAL DO GRANDE ABC

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