Ensaios clínicos testam novos agentes para tratar câncer de mama agressivo
Doença "triplo negativo" é uma forma mais grave que apresenta alta resistência aos tratamentos disponíveis atualmente
Investigadores do Ohio State University Comprehensive Cancer Center estão recrutando mulheres com câncer de mama "triplo negativo", uma forma agressiva da doença resistente ao tratamento, para participarem de dois ensaios clínicos que vão testar a utilização de novos agentes combinados com a quimioterapia, para tratar de maneira eficiente a doença.
"Lançamos um grande ensaio clínico-laboratorial e um esforço de investigação para desenvolver novas terapias que sejam eficazes para tratar esta difícil doença", disse o diretor de oncologia Charles Shapiro.
Segundo a American Cancer Society, 194.280 americanas serão diagnosticadas com câncer de mama este ano e 40.610 morrerão da doença. O câncer de mama triplo negativo representa cerca de15% dos casos. As mulheres jovens e as mulheres afro-americanas são mais propensas a desenvolverem esse tipo da doença.
As pacientes apresentam câncer de mama triplo negativo quando faltam, em seus tumores, três receptores de hormônios que são usados para determinar o tratamento para outras formas de câncer de mama: o receptor de estrogênio, receptor de progesterona e o receptor HER-2.
Consequentemente, os tratamentos para outras formas de câncer de mama, que têm como alvo um ou mais desses receptores, não são eficazes para o câncer de mama triplo negativo, e as mulheres que desenvolvem a doença geralmente têm um prognóstico pobre.
Os investigadores desenvolveram e iniciaram os dois testes clínicos para o câncer de mama triplo negativo, separadamente, que combinam a quimioterapia com os novos agentes que se seguem:
* Inibidores da PARP: PARP - que representa ADP-ribose polimerase - é uma enzima envolvida no reparo de danos ao DNA. Em células cancerosas, o sistema de reparação PARP ajuda as células cancerígenas a sobreviverem aos efeitos da quimioterapia. Os inibidores da PARP são projetados para impedirem este processo de reparação e tornarem as células cancerosas mais vulneráveis à quimioterapia.
* Inibidores de gama secretase: estes agentes bloqueiam uma proteína chamada Notch, que ajuda a guiar a formação do tecido mamário e desempenha um papel importante no controle do número e do desenvolvimento de células-tronco do tecido mamário. Um excesso de ativação de Notch ajuda as células cancerosas a se proliferarem. Os inibidores de gama secretase bloqueiam a ativação de Notch e reduzem o crescimento da célula cancerosa.
"Até muito recentemente, a quimioterapia era a única opção para pacientes com câncer de mama triplo negativo", disse Shapiro. "Acreditamos que estes agentes ofereçam uma nova esperança para essas mulheres."
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