O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o Brasil reagiu bem aos efeitos da crise econômica iniciada no ano anterior, mas ainda há desafios a superar nas áreas de educação e saneamento (água e esgoto).
A candidata à presidência, Dilma Rousseff, comemorou a queda da desigualdade de renda e a formalização do mercado de trabalho, o que mostra, segundo ela, que o Brasil conseguiu “segurar o tranco”.
A tendência, acrescentou a candidata, é que os números melhorem ainda mais com o crescimento de 7% do PIB (Produto Interno Bruto) esperado para este ano. “A gente podia temer, mas não tivemos um tsunami. Geralmente, a desigualdade aumenta na crise. Isso mostra que a gente reagiu bem”, avaliou Dilma, em entrevista coletiva, antes de viajar para o comício desta noite em Betim (MG).
Para Dilma, outro dado que revela a rápida superação da crise econômica é o aumento dos empregos com carteira assinada. Ela destacou que as empresas brasileiras, quando conquistam a formalidade, têm acesso ao crédito e às políticas de fomento. “E a economia brasileira muda de patamar.”
Educação
Dilma alertou, no entanto, que os dados da Pnad impõem o desafio de ampliar a proporção de jovens entre 15 e 17 anos matriculados no ensino médio e expandir a cobertura das creches para crianças entre zero e cinco anos.
Por isso, afirmou, seu programa de governo prevê a construção de 6 mil creches e pré-escolas em todo o país. Para a candidata, seu governo também precisará atacar o analfabetismo que apresenta concentração maior entre as pessoas acima de 50 anos.
“O analfabetismo se concentra entre as pessoas que tiveram acesso à escolarização no passado. Os jovens e as crianças estão afastados deste mal”, ressaltou.
Saneamento
Outro desafio que será enfrentado, segundo Dilma, é a ampliação das redes de água e esgoto que já conta com uma previsão de R$ 35 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o período entre 2011 e 2014.
“Temos aqui um desafio no que diz respeito a dinheiro e aceleração dos prazos de contratação das obras”, previu, reforçando a necessidade da parceria com estados e municípios. “Ninguém no Brasil fará obras de saneamento básico sem esta parceria.”
Dilma destacou que o Brasil havia perdido a cultura do investimento, que foi retomada com o PAC. Segundo ela, houve uma forte mobilização nos estados e municípios interessados em receber recursos da União para obras de infraestrutura e saneamento.
“Foi uma mudança da água para o vinho. Antes, a gente tinha que negociar o tempo para que o estado ou o município apresentasse o projeto. Mas sempre é possível apertar os prazos”, explicou.
Vox Populi: Dilma tem 54% das intenções de voto
08.09.2010
Pela primeira vez desde o início do mês, a candidata Dilma Rousseff (PT) oscilou para baixo em uma medição diária do tracking Vox/Band/iG para a eleição presidencial. A petista, que em uma semana subiu de 51% para 56% das intenções de voto, aparece agora com 54%. O principal concorrente, José Serra (PSDB), permanece com 21% das preferências apuradas no dia anterior – ele tinha 25% no dia 1º de setembro, quando o instituto começou a fazer a medição. Com esse resultado, Dilma venceria a eleição logo no primeiro turno.
Marina Silva, do PV, oscilou um ponto percentual para cima e aparece com 9% na medição feita no último dia 7 pelo Vox Populi. O índice dos que não sabem ou não responderam em quem pretende votar em 3 de outubro passou de 10% para 11%, enquanto o total das intenções de voto para outros candidatos soma 2% (era 1% desde o começo da medição). Brancos e nulos permanecem 4%.
Embora dentro da margem de erro (2,2 pontos percentuais), a oscilação nas intenções de voto em Dilma Rousseff acontece no momento em que a coordenação de campanha da petista é acusada, pelos adversários, e participação em atos ilegais de quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra. Uma mudança de tendência, no entanto, só é consolidada após três dias de medição, segundo o diretor-presidente do Vox Populi, João Francisco Meira.
A região em que a ex-ministra da Casa Civil mais perdeu votos, segundo o Vox Populi, é o Sul, onde ela passou de 51% para 46%. Serra oscilou um ponto (de 24% para 25%) no local. Dilma oscilou negativamente também no Sudeste (49% a 48%), no Norte e Centro Oeste (54% a 53%) e Nordeste (70% a 69%).
O candidato tucano, por sua vez, oscilou um ponto percentual para cima nas regiões Norte e Centro Oeste (está agora com 26%) e Sul (25%). No Nordeste ele passou de 16% para 14% e, no Sudeste, permanece com os mesmos 22% do levantamento anterior.
O tracking Vox/Band/iG conta com 2.000 entrevistas, sendo que um quarto dessa amostra é renovada diariamente. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Na pesquisa espontânea, quando não é apresentada a lista com o nome dos candidatos, Dilma soma hoje 44% das eleições de voto (tinha 45% no tracking anterior). Serra tem 17% e Marina, 6%.
Fonte: portal iG.
Nenhum comentário:
Postar um comentário