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Mayana Zatz é premiada no México
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – A geneticista Mayana Zatz, pró-reitora de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP, foi escolhida como ganhadora do Prêmio México de Ciência e Tecnologia 2008.
A distinção, oferecida a todos os países da América Latina, além de Espanha Portugal e Caribe, será entregue à pesquisadora em data a ser definida, entre os meses de outubro e novembro, na cidade do México, pelo presidente Felipe Calderón.
“Esse prêmio, um reconhecimento de estudos desenvolvidos na USP que têm repercutido em todo o país e no exterior, é um estímulo enorme para continuar na luta diária pela pesquisa científica. Esse é um sinal de que estamos caminhando na direção correta”, disse Mayana à Agência FAPESP.
“Trata-se de um reconhecimento que também mostra o enorme potencial do Brasil. Com apoio financeiro, temos o potencial de fazer pesquisas de primeiro mundo. E a FAPESP, nesse sentido, tem sido a nossa mãe. Entre os cientistas, a chamamos carinhosamente de ‘santa FAPESP’”, disse.
Segundo o Conselho Consultivo de Ciências daquele país, Mayana foi escolhida por “suas contribuições pioneiras na introdução das técnicas de genética molecular, que geraram conhecimento relevante sobre a distrofia muscular”.
“Nossa expectativa é que os trabalhos com células-tronco em doenças neuromusculares tenham no futuro aplicações em inúmeras doenças”, afirmou. Os trabalhos desenvolvidos pela pesquisadora já renderam cerca de 300 trabalhos científicos publicados no Brasil e no exterior.
“Desses, pelo menos 240 foram publicados em revistas internacionais e foram citados mais de 5 mil vezes pelo mundo. Do total desses estudos publicados, cerca de 200 têm relação com as doenças neuromusculares”, apontou.
Mayana é a sétima brasileira a receber o prêmio – cujas inscrições para a próxima edição vão até 13 de novembro, que contemplará o vencedor com medalha e premiação no valor equivalente a US$ 45 mil. Na edição de 2008, o Prêmio México de Ciência e Tecnologia recebeu 55 inscrições de 13 países.
Formada em ciências biológicas pela USP em 1968, Mayana tem mestrado e doutorado em genética pela mesma universidade e pós-doutorado em genética humana e médica pela Universidade da Califórnia em Los Angeles. O centro que coordena já atendeu cerca de 25 mil famílias em busca de diagnóstico e tratamento, especialmente de pacientes de doenças neuromusculares.
Mayana é professora titular de genética do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da USP, membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências do Terceiro Mundo e presidente-fundadora da Associação Brasileira de Distrofia Muscular.
Nos últimos anos tem se dedicado ao estudo genético molecular em doenças neuromusculares e neurológicas e ao estudo da expressão de genes relacionados a doenças neuromusculares em linhagens de células-tronco obtidas de indivíduos normais e pacientes afetados.
Vem trabalhando ainda com o estudo da expressão de genes relacionados à diferenciação de células-tronco adultas em células musculares e o estabelecimento de linhagens de células-tronco humanas embrionárias e adultas para obtenção de células musculares.
Em 17 edições do Prêmio México de Ciência e Tecnologia, o Brasil é o país com mais pesquisadores agraciados. Antes de Mayana, Martin Schmal (2002) e Constantino Tsallis (2003) foram premiados.
Mais informações: www.ccc.gob.mx/images/stories/convocatorias/dipticopmportugues2009.
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